Neymar Jr. acertou sua saída do PSG, da França, para o Al Hilal, da Arábia Saudita, em um contrato de dois anos que lhe renderá 320 milhões de euros.
Financeiramente será, obviamente, extremamente vantajoso. Mas é, definitivamente, o ponto final decepcionante de uma carreira, que no final das contas poderia ser muito mais do que realmente foi.
E isso podemos colocar na conta da relação com seu pai, que também é seu empresário. E podemos traçar paralelos com a atriz Larissa Manoela e com Lewis Hamilton, amigo de Neymar e hoje heptacampeão da Fórmula 1.
Larissa Manoela centralizou as atenções de todo o país na noite do último domingo (13). Em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, a jovem atriz, prodígio desde a infância com papéis como o de Maria Joaquina na novela “Carrossel” (SBT), contou em entrevista que estava renunciando a uma fortuna de 18 milhões de reais por conta de um litígio financeiro com seus pais, que tomavam conta de sua carreira e deixavam para ela apenas 2% dos lucros dos acordos comerciais com sua imagem.
Segundo Larissa, ela não conseguia comprar coisas simples, como milho na praia, sem precisar pedir liberação para seus pais. Atriz talentosa que é e com o grande apelo comercial que tem, Larissa diz que pode recuperar esse dinheiro, mas que prefere ter uma relação separada do pessoal e do profissional dos seus pais para seu próprio bem.
Foi o que aconteceu com Lewis Hamilton. Seu pai, Anthony, foi seu empresário durante todo seu início de carreira. Após o título mundial de 2008, conquistado de maneira dramática no GP do Brasil, Lewis se perdeu na carreira e era tratado como um jovem promissor e problemático, como Neymar: ouvia demais as opiniões e pitacos do pai empresário e não evoluía na carreira como projetavam no início. Mas as coisas mudariam no ano de 2011.
Foi quando Hamilton tomou as rédeas de sua carreira e dispensou o pai do gerenciamento.
Com autonomia, escolheu sair da McLaren para a Mercedes e isso se tornaria a mais acertada escolha de um piloto na história. Com a equipe alemã, ele conquistou mais seis títulos e hoje detém todos os recordes individuais da Fórmula 1.
Ao contrário de Larissa e Hamilton, Neymar preferiu manter seu pai sempre à frente de sua carreira. Sem nenhuma personalidade para decidir sobre os rumos que poderia seguir, se viu em enrascadas, como a saída do Santos para o Barcelona, que lhe rendeu um processo na justiça espanhola, a estúpida decisão de ir para o PSG em 2016 e, claro a manutenção de uma carreira pautada pela bajulação e não aceitação às críticas.
Isso fica bem claro quando vemos as declarações de Neymar Pai e Neymar Jr. quando analistas criticam o atleta.
A relação com o bolsonarismo, também uma indicação de Neymar Pai, ajudou a imagem do jogador a ficar ainda pior. A cegueira é tamanha que, ao aceitar encerrar a carreira num futebol de nível baixo sem atingir muito do que se imaginava dele, ele está satisfeito com isso.