Documentos judiciais em um caso ligado ao falecido financista e traficante sexual Jeffrey Epstein, divulgados recentemente, apresentaram nomes proeminentes, incluindo o ex-presidente Donald Trump, apesar de sua menção ter sido breve.
As centenas de páginas desbloqueadas continham e-mails e depoimentos relacionados ao processo movido por Virginia Roberts Giuffre, alegando abuso sexual por Epstein quando ela era menor de idade, com a participação de Ghislaine Maxwell, sua associada.
Esta divulgação é apenas a primeira de uma série de documentos a serem liberados, e a presença de nomes nos registros não implica acusações criminais. Epstein, indiciado em 2019 por tráfico sexual de menores, foi encontrado morto enquanto aguardava julgamento. Maxwell foi condenada em 2021 a 20 anos de prisão.
Depoimento de Johanna Sjoberg
Entre os 40 documentos, está o depoimento de Johanna Sjoberg, que acusou o príncipe Andrew de comportamento impróprio.
Ao mencionar sua primeira viagem com Epstein, Sjoberg relatou terem deixado Palm Beach, Flórida, para Atlantic City, Nova Jersey, durante uma tempestade em Nova York. “Jeffrey disse: ‘Ótimo, ligaremos para o Trump e iremos’ – não me lembro o nome do cassino, mas – ‘iremos ao cassino'”, afirmou Sjoberg em seu depoimento.
Durante a estadia em Atlantic City, visitaram um dos cassinos de Trump, com Giuffre impedida de entrar por ser menor de idade. Sjoberg negou ter feito massagens em Trump quando questionada.
Relacionamento Passado
Trump mencionou em uma entrevista à revista New York em 2002 que conhecia Epstein há 15 anos e o considerava interessante.
“É muito divertido estar com ele. Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são mais jovens. Não há dúvida: Jeffrey gosta de sua vida social”, afirmou Trump à revista.
Após a prisão de Epstein, Trump minimizou seu relacionamento, alegando que conhecia o financiador por ser conhecido em Palm Beach. Em 2019, disse que não falava com Epstein há 15 anos devido a um “desentendimento”. Acrescentou que “não era um fã” e que Epstein não era membro do Mar-a-Lago.
Trump e Epstein foram retratados na Vanity Fair com uma “amizade intensa”, mas a relação foi prejudicada por um desentendimento imobiliário.
Embora Sjoberg tenha negado interações inapropriadas com Trump, afirmou que o príncipe Andrew agiu de forma inadequada na casa de Epstein em Nova York, em 2001. Andrew negou as acusações e o Palácio de Buckingham as classificou como “categoricamente falsas”.
Duas pessoas envolvidas no caso estão lutando para manter suas identidades privadas, e os documentos divulgados na quarta-feira são apenas uma parte do que se espera que seja revelado.