A importância das duas pesquisas que saíram no mesmo dia com diferença de poucas horas reside no seguinte: está aberta a disputa pela presidência.
Quer dizer, aberta para Dilma e para Marina. Aécio vai se encaminhando para um final melancólico em sua primeira tentativa de ganhar o Planalto.
Os números do Ibope e do Datafolha, embora indiquem empate técnico entre Dilma e Marina, estão sendo muito mais comemorados pelo PT.
É que parece que Marina deixou de crescer no ritmo frenético dos primeiros dias.
O temor entre os petistas era que a Marinamania – aquele momento em que tudo dá certo — só cedesse depois das eleições.
Compreende-se por que um líder do partido disse que o Ibope – que saiu antes do Datafolha – deu um “gás gigantesco” à campanha de Dilma.
Começou a ficar mais áspera a caminhada de Marina.
A direita não confia em Marina: o Estadão num editorial disse que sua vitória seria o “prenúncio” de uma crise. O Globo, também em editorial, comparou-a a Jânio.
Pela esquerda, o entusiasmo de muitos com Marina cedeu depois de coisas como o recuo na questão do casamento gay, aparentemente motivado por pressões de fundamentalistas evangélicos como Malafaia.
“Será o segundo turno mais longo da história”, disse Lula há poucos dias.
Num certo instante, chegou a pairar a dúvida até sobre se haveria segundo turno. Daí o “gás gigantesco” de que falou o dirigente petista.
Marina pode ser derrotada: essa constatação é o que mais importa para os petistas.
Se será, é outra história.
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