O que se sabe sobre o possível ataque do Irã a Israel

Atualizado em 13 de abril de 2024 às 7:58

Desde o final do Ramadã, na quarta-feira (10), os governos em todo o mundo estão em alerta máximo devido à possibilidade de uma ação militar “iminente” por parte do Irã contra Israel, em resposta ao ataque ao consulado iraniano em Damasco no início deste mês, incidente atribuído a Israel.

Teerã ainda não revelou indícios sobre como ou quando o ataque poderia ocorrer. No entanto, Israel deixou claro que responderá de forma contundente se mísseis atingirem seu território, o que poderia desencadear um conflito de larga escala com desdobramentos imprevisíveis, conforme informações do Globo.

No dia 1º de abril, o complexo diplomático do Irã em Damasco foi alvo de um ataque atribuído a Israel, resultando em 16 mortes, incluindo altos comandantes da Guarda Revolucionária. Os iranianos condenaram a ação, considerando-a uma violação direta de seu território.

Em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em 2 de abril, o representante iraniano criticou Israel e acusou os EUA e o Reino Unido de tentarem desviar a responsabilidade pelas instabilidades na região para o Irã.

Apesar das negações do governo dos EUA sobre sua participação no ataque, e da falta de condenação por parte de Washington, o bombardeio em Damasco gerou uma série de ameaças vindas de Teerã contra Israel.

Durante as orações do Eid el-Fitr, o líder supremo do Irã sugeriu a possibilidade de um ataque ao território israelense em resposta ao ataque ao consulado iraniano.

Contas ligadas à Guarda Revolucionária publicaram vídeos e montagens de possíveis ataques, enquanto informações de agências de inteligência indicam que a resposta do Irã poderia incluir mísseis e drones lançados de seu próprio território.

Iranianos levam maquete de foguete durante procissão em homenagem aos mortos em ataque a consulado iraniano em Damasco
Iranianos levam maquete de foguete durante procissão em homenagem aos mortos em ataque a consulado iraniano em Damasco — Foto: ATTA KENARE / AFP

O chanceler israelense afirmou que Israel retaliaria se o Irã atacasse a partir de seu território, possivelmente visando alvos militares e instalações nucleares. “Se o Irã atacar a partir do seu território, Israel reagirá e atacará no Irã”, afirmou Israel Katz.

Para evitar um desfecho catastrófico, o Irã poderia recorrer a seus aliados na região, como o Hezbollah no Líbano, em vez de lançar diretamente um ataque de seu território.

Se uma guerra entre Israel e Irã eclodir, as duas principais potências militares do Oriente Médio, a região poderá testemunhar um dos conflitos mais intensos desde a Guerra Irã-Iraque, entre 1980 e 1988, que resultou em um milhão de mortes.

O embate representaria o clímax de mais de quatro décadas de tensões, ações diretas e indiretas, além de ameaças percebidas como existenciais por ambas as partes. Antes da Revolução Islâmica de 1979, Irã e Israel mantinham relações relativamente cordiais, com parcerias econômicas, de segurança e até voos regulares entre suas principais cidades.

No entanto, após a queda do xá Reza Pahlevi, essa relação se transformou em rivalidade, com as novas lideranças utilizando a questão palestina e críticas a Israel como ferramentas políticas para consolidar sua legitimidade interna e externa.

Nos primeiros anos do século XXI, com as revelações sobre o suposto programa clandestino do Irã para desenvolver armas nucleares, os líderes israelenses, especialmente Benjamin Netanyahu, destacaram essa questão como uma “ameaça existencial”.

Além dos discursos nas Nações Unidas, assassinatos de cientistas nucleares iranianos e ataques cibernéticos contra instalações de enriquecimento de urânio tornaram-se políticas de Estado. O Irã também aumentou seu financiamento a milícias no Iraque, Síria e Líbano e ao próprio Hamas.

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