A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta um racha no inquérito sobre a venda ilegal de joias recebidas da ditadura saudita. O conflito ocorre entre Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, com acusações de traição envolvidas, conforme informações do UOL.
Wajngarten é acusado de vazar detalhes da investigação para a mídia, usar o caso das joias para sua própria promoção e abusar de suas prerrogativas como advogado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Uma conversa no WhatsApp, divulgada pelo ministro Alexandre de Moraes, revela que Wassef acusou Wajngarten, ex-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação) no governo Bolsonaro, de “atirar nas costas” do ex-mandatário.
Mensagens interceptadas pela PF mostram que no dia 7 de março de 2023, Bolsonaro enviou trechos de um acórdão do TCU (Tribunal de Contas da União) a Wassef e questionou, em um áudio pelo WhatsApp, sobre a possibilidade de manter as joias recebidas da Arábia Saudita.
Na ocasião, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, havia afirmado que o ex-presidente recebeu pessoalmente um segundo kit de joias de uma comitiva liderada pelo ex-ministro Bento Albuquerque.
Bolsonaro pediu a Wassef que analisasse o material, dizendo: “Você [Wassef] que é advogado aí, dá uma olhada nisso aí. Nós sublinhamos aí um? pintamos de amarelo alguma coisa. Pelo que tudo indica, nós temos o direito de ficar com o material. Dá uma olhada aí”.
Após esse contato, houve pelo menos sete ligações entre Bolsonaro e Wassef, além da troca de várias versões de uma nota de defesa para definir o texto final.
Vale destacar que, oficialmente, Wassef representa Bolsonaro apenas em uma ação no STJ, movida pela OAB em favor de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, ex-advogado de Adélio Bispo, que tentou assassinar o ex-chefe do Executivo.
Durante as conversas com o Bolsonaro, Wassef também manteve diálogo com Wajngarten, e os dois discordaram sobre a estratégia de defesa. Wassef criticou Wajngarten por não ter incluído seu nome na nota de defesa e pela falta de divulgação da nota na imprensa.
Em uma conversa com Mauro Cid, Wajngarten criticou Wassef e Marcelo Câmara, que era assessor pessoal de Bolsonaro, dizendo que eles “contaminavam tudo”. Naquele momento, estavam organizando a recuperação dos itens do kit de joias em ouro branco que Bolsonaro havia recebido e que foram vendidos em 2022.
Wassef alegou à PF que a operação para recomprar um relógio Rolex partiu de Wajngarten, que teria prometido reembolsar o valor da recompra. A corporação, por sua vez, identificou que Wajngarten estava envolvido na recuperação do kit “ouro rosé”, enquanto Wassef cuidava da recompra do Rolex nos EUA.
Ao final do inquérito, os dois advogados foram indiciados por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Agora, a PGR (Procuradoria-Geral da República) deve revisar as evidências e decidir sobre possíveis denúncias.
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