O Popcorn Time surgiu no ano passado como um aplicativo de filmes online, um concorrente do Netflix melhorado. Apenas com um detalhe — total e completamente pirata.

Chamado de “pesadelo para Hollywood”, foi retirado do ar. Mas voltou dias depois, ainda mais rápido e com mais filmes e séries novos. Tornou-se um emblema da dificuldade da indústria em lidar com a internet.

Ninguém está sendo enganado: logo que ele é baixado, aparece o alerta de que pode ser considerado “ilegal em seu país”.  Os criadores, da Argentina, não parecem particularmente preocupados. “Nós não esperamos problemas legais”, disse um deles, em entrevista ao site especializado TorrentFreak. “Nós não hospedamos nada e nenhum de nós está ganhando dinheiro. Não há anúncios, contas premium ou assinatura. É uma experiência de compartilhamento”.

Conversa mole, mas, apesar de todas as novas investidas dos estúdios, é praticamente impossível deter o serviço. Ao contrário de, por exemplo, o Netflix ou o HBO Go, nada fica guardado em servidores. Grosso modo, enquanto você está vendo um filme, o arquivo de torrent é compartilhado com milhares de outras pessoas.

As cópias são em HD ou FullHD e de excelente qualidade. Há legendas em quase todos os títulos. Já pode ser utilizado com a Apple TV através do Airplay. Deve haver em breve uma versão para iPhones e iPads.

Em seu rastro, outros contendores já entraram na área. O “Zona”, da Rússia, é um deles. Até 500 mil pessoas o acessam diariamente. Conta com uma atração a mais: programas de TV ao vivo.

Calcula-se que 30 milhões de pessoas, todos os dias, façam downloads de músicas, filmes e programas. A distribuição de conteúdo através de streaming é o futuro — inclusive da pirataria.

Se o Popcorn Time ou qualquer um dos genéricos implodir, outro surgirá em seu lugar, provavelmente aperfeiçoado. A indústria da música descobriu, a duras custas, uma maneira de lidar com a questão. O CD morreu para o iTunes nascer. A do cinema não tem outra saída. Enquanto isso, os piratas e você comem pipoca em casa.