Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro temem que ele caia em contradições durante depoimento à Polícia Federal sobre o plano de golpe de Estado para se manter no poder. A oitiva foi marcada para a próxima quinta (22), mas sua defesa pediu o adiamento.
Pessoas próximas a Bolsonaro temem que ele possa cair em contradição com possíveis provas que ainda não foram divulgadas sobre o caso. Seus aliados avaliam que o material sobre a trama golpista só foi revelado parcialmente até o momento.
“A investigação deve estar bem mais adiantada”, afirmou um aliado do ex-presidente ao blog da Andréia Sadi no g1. Além de Bolsonaro, também foram intimados a depor seus ex-assessores Tércio Arnaud, do “gabinete do ódio”, e Marcelo Câmara, preso na operação da Polícia Federal do último dia 8.
Eduardo Kuntz, advogado dos ex-assessores, afirma que ainda não recebeu a cópia dos autos do processo e sinalizou que deve pedir um adiamento das oitivas. O advogado e assessor de Bolsonaro Fábio Wajngarten já pediu para que seu depoimento ocorra outro dia, usando uma alegação similar.
O ex-presidente já prestou ao menos seis depoimentos à Polícia Federal desde o fim de seu mandato. No próximo depoimento à PF, ele deve ser questionado sobre a reunião golpista de julho de 2022 e sobre a minuta golpista encontrada em sua sala na sede do PL em Brasília.
Além da investigação sobre a trama golpista, Bolsonaro também é alvo de outros inquéritos na Justiça, como a venda ilegal de joias recebidas de presente no exterior, fraude nos cartões de vacinação, o esquema de espionagem da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o das milícias digitais e dos ataques terroristas de 8 de janeiro.