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Por Moisés Mendes
João Doria finalmente assumiu que errou ao votar em Bolsonaro em 2018. Não só votou como anunciou que era o candidato de Bolsonaro em São Paulo. Virou o BolsoDoria.
Janaina Paschoal, Alexandre Frota, Major Olímpio (já falecido), Sara Winter, Gustavo Bebbiano (já falecido) e os três comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica abandonaram Bolsonaro.
Bolsonaro deve ser, na história recente do Brasil, o sujeito que criou mais inimigos entre os ex-amigos. Sergio Moro e outros ex-parceiros de Bolsonaro odeiam o sujeito.
Mas há um ex-aliado de Bolsonaro que nunca demonstrou arrependimento. O governador Eduardo Leite já disse, ao contrário, que fez a coisa certa ao avisar que era, no segundo turno de 2018, o candidato de Bolsonaro no Rio Grande do Sul.
Hoje, quase toda a direita mais cheirosa se afasta de Bolsonaro, porque sabe que o genocida, os filhos dele e os milicianos podem arrastar aliados para o penhasco.
Mas o tucano gaúcho critica Bolsonaro, faz o jogo do arrependido, mas não chega a admitir publicamente que está arrependido.
Porque o gestor gaúcho não quer se indispor com a elite da extrema direita bolsonarista gaúcha (como voto) que o apoiou em 2018.
O tucano vacilante (que cedeu ao bolsonarismo e determinou a reabertura das escolas) não empolgou o PSDB e a direita que se considera de centro, depois de ter sido lançado pré-candidato do partido.
No dia 11 de fevereiro, um grupo de deputados federais almoçou com o moço no Palácio Piratini. Ficou acertado que ele sairia a andar pelo país.
Como seu nome nem apareceu nas pesquisas, o tucano ficou quieto. E o pré-candidato não foi nem a Itaqui. Huck, Moro e Leite são pré-candidaturas abatumadas.
Tasso Jereissati, um veterano, já começa a ser considerado a alternativa dos tucanos.
O PSDB percebeu que o gaúcho não tem uma marca, tem só a tentativa de se apresentar como fofo, conciliador e moderado, o que não significa nada, ou pode significar apenas que é um enrolão.