O valor desviado pelo bolsonarista Gustavo Gayer, segundo a PF

Atualizado em 25 de outubro de 2024 às 17:39
O deputado bolsonarista Gustavo Gayer em discurso na Câmara. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (25) a Operação Discalculia, que tem como alvo o deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) por desvios de verba pública que podem chegar a R$ 842 mil. As investigações apontam que o político usou a cota parlamentar para custear despesas pessoais e empresariais, incluindo o aluguel de sua escola de inglês, Gayer Language Institute, e a loja de confecção “Desfazueli”, registrada no nome de seu filho.

O valor de R$ 128,5 mil foi destinado ao aluguel do imóvel no Setor Bueno, em Goiânia, além de outros gastos somados: R$ 11,8 mil de IPTU, R$ 2,9 mil de internet, R$ 16,7 mil de energia elétrica e R$ 3 mil em serviços de vigilância. Todos os custos foram cobertos com recursos da Câmara dos Deputados.

Em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes afirmou haver indícios claros de que o local, oficialmente registrado como gabinete parlamentar, na realidade servia para a operação de duas empresas privadas do deputado.

De acordo com a PF, Gayer teria contado com quatro assessores parlamentares que, na prática, trabalhavam na loja Desfazueli. Os assessores Joelson Pereira Martins, Bruno Amaral Machado, Amanda Oliveira Caixeta e Letícia Bruno de Araújo recebiam seus salários diretamente da Câmara, com valores que totalizam R$ 655,3 mil entre fevereiro e setembro de 2023.

O deputado federal Gustavo Gayer pede para tirar foto com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

As remunerações variavam de R$ 8.467,67 a R$ 11.149,89 mensais. A suspeita é de que esses funcionários, embora nomeados para funções no gabinete, atuavam diretamente nas atividades da loja.

Além disso, a operação identificou a contratação suspeita da empresa Goiás Online Comunicações e Marketing Publicitário LTDA, de João Paulo de Sousa Cavalcante, por R$ 24 mil. Cavalcante é descrito como um aliado de Gayer, mas não teria preenchido os requisitos necessários para ser um assessor parlamentar.

Segundo a PF, ele gerenciava a agenda do deputado, o que caracterizaria a prestação de serviços de assessoria parlamentar, embora oficialmente ele tivesse sido contratado para serviços de publicidade e marketing. “As atividades desempenhadas pela Goiás Online, sob a fachada de serviços de publicidade e marketing, na realidade consistiam em assessoria parlamentar”, destaca o relatório da PF.

Ainda segundo a investigação, a loja Desfazueli, inicialmente chamada Bolsonarius, passou por uma reestruturação e registro em nome do filho do deputado, Gabriel Sander de Araújo Gayer, a fim de ocultar o envolvimento direto de Gustavo Gayer na operação. Esse estabelecimento teria recebido fundos da cota parlamentar por meio do mesmo espaço alugado em Goiânia, compartilhado com a escola de inglês de Gayer.

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