O vexame final da marcha dos kataguiris em Brasília

Atualizado em 28 de maio de 2015 às 15:06
Captura de Tela 2015-05-28 às 14.08.40
Sucesso de público

 

Podiam ser os 300 de Esparta contra os milhares de persas desenhados pelo quadrinista Frank Miller, mas era apenas o grupo do Movimento Brasil Livre de Kim Kataguiri que chegou a Brasília na quarta-feira (27) para pedir o impeachment da Dilma.

O MBL esperava reunir 30 mil pessoas depois de uma pseudo marcha com um grupo inicial de 20 pessoas vindas de São Paulo. Não aconteceu nada e os planos dos caras foram por água abaixo.

Vi imagens de Kim e sua trupe na capital. Primeiramente, apesar da cabeleira, o líder do MBL resolveu tirar uma selfie de terno e gravata com Eduardo Bolsonaro e o pastor Marco Feliciano. É esse cara que quer ser a nova oposição ao PT? Como ele arrumou aquele terno?

Não contente em visitar um religioso homofóbico e um político pró Ditadura, o Movimento Brasil Livre adotou o gesto do dedo feito pelo Estado Islâmico e ainda posou para fotos com Jair Bolsonaro e Eduardo Cunha.

O protesto estava tão esvaziado na Esplanada dos Ministérios que não havia manifestantes em número suficiente para segurar uma faixa de “Impeachment Já”.

Tudo foi um completo fiasco e uma tentativa desesperada para chamar atenção.

Tenho um amigo que mora no município de Orlândia, interior de São Paulo, perto de Ribeirão Preto e de Barretos, que me narrou a passagem do MBL de Kim em sua cidade. “O empresariado daqui foi ajudar eles. Agora estão fazendo discurso em praça pública”, me disse. Povo, mesmo, não tinha.

O grupo de Kim Kataguiri sequer fez o trajeto a pé. O DCM apurou que sua comitiva teve apoio de pelo menos cinco carros. Outras pessoas que viram os peregrinos antipetistas viram outros dois ônibus.

O único momento em que tive realmente dó de Kim e da sua trupe foi quando eles sofreram um acidente de carro com um motorista embriagado. Nosso querido japonês se machucou junto com outra aliada. Ambos foram socorridos por um carro do SAMU, aquele mesmo serviço público que Kim Kataguiri odeia. O sentimento de pesar sumiu quando li um texto do tal Instituto Mises, que promove os kataguiris, defendendo pessoas que dirigem bêbadas. Confesso que a ironia da coisa toda me fez dar risada da situação.

Já quis entrevistar o MBL. Mandei um email para que algum porta-voz do movimento ou o próprio Kim me contasse sobre a viagem deles. Kim mandou, como um resposta, um selfie que ficou famoso.

Os analfabetos políticos esperavam que apenas gritando “fora Dilma” conseguiriam atrair multidões. Aécio Neves, que desembarcou da canoa furada, virou traidor da pátria.

O que chama a atenção no fiasco do Movimento Brasil Livre em Brasília não é apenas a falta de conhecimento dos jovens envolvidos, mas a covardia e a falta de humildade. Se tivessem o mínimo de noção, teriam se tocado do vexame que protagonizaram e pediriam desculpas pela malandragem.

Kim Kataguiri tem 19 anos. Está na hora de voltar para a escola e deixar de palhaçada. Ah, sim, e cortar o cabelo. Cadê os pais desse menino?