O vírus do desemprego já circula entre nós. Por Fernando Brito

Atualizado em 20 de março de 2020 às 7:55
Era Bolsonaro do desemprego: Fila de emprego reúne centenas de pessoas em frente ao Mané Garrincha. Foto: Reprodução/YouTube

PUBLICADO NO TIJOLAÇO

POR FERNANDO BRITO

O Cirque du Soleil, que todos conhecem, suspendeu seus espetáculos, como seria de se esperar.

E, por isso, demitiu 4.679 funcionários, 95% da força de trabalho de suas trupes por todos os Estados Unidos e Europa.

Mas é só um sinal de que o circo do emprego está pegando fogo.

Na CNN americana, economistas do Goldman Sachs preveem que o relatório do Departamento do Trabalho dos EUA mostrará 2,25 milhões de solicitações de benefícios de desemprego nesta semana – oito vezes o número de pessoas que entraram na semana passada e o nível mais alto já registrado em toda a história estatística, desde 1982.

O presidente Donald Trump está pedindo aos Departamentos de Trabalho dos estados que adiem a divulgação de estatísticas para evitar mais pânico nos mercados financeiros.

Aqui, suspeito eu, as demissões vão ocorrer por trás da cortina, com a preocupação das grandes empresas em não colherem propaganda negativa e demissões em massa fazendo com que pincem, seguidamente, alguns funcionários de cada vezes, quando saírem as estatísticas oficiais – muito prejudicadas com a eliminação da coleta presencial de dados – leve em conta que, aqui, considera-se desempregado a quem procura emprego há 30 dias ou mais.

Portanto, há, além do lapso temporal, passe a considerar o número de “desalentados” como a expressão mais confiável do drama do trabalhador sem trabalho e sem – ou quase sem – renda