Occupy Wall Street

Atualizado em 26 de maio de 2013 às 16:13
Os americanos acordaram

Democracia, sim. Plutocracia, não.

Vejo no Instagram, o aplicativo do iPhone para compartilhar fotos, imagens do movimento Occupy Wall Street, e me comovo de alguma forma.

Sim, há resistência nos Estados Unidos ao grupo que tomou conta do poder e fez do país o que é: um paraíso para poucos e um inferno para 99% — a forma como os militantes se referem a si mesmos. “Somos os 99%”, dizem alguns cartazes. J[a faz tempo que o sonho americano se tornou um pesadelo tenebroso para a maioria.

O que eles pedem: paz, menos desigualdade, menos privilégios aos bancos. Parte do dinheiro que os americanos gastam para manter sua máquina bélica no mundo mitigaria a pobreza no país. Qual o maior feito de Obama até aqui? Matar bin Laden? Obama é uma farsa, um Bush de outro partido e de outra coloração.

A inspiração vem da Primavera Árabe, os protestos que clamam pela liberdade no Oriente Médio.

Até o bilionário Warren Buffett escreveu um artigo que era um manifesto contra o sistema. “Chega de nos mimar”, disse Buffett. Ele queria mais impostos para os superricos como ele. Proporcionalmente, ele paga menos imposto que seus funcionários.

Li ontem um artigo de Paul Krugman, influente colunista, em que ele dizia que não dava mais para fingir que o movimento é irrelevante. “Alguma coisa está acontecendo aqui”, escreveu Krugman no New York Times. “Finalmente aparece gente que, ao contrário do Tea Party, está com raiva das pessoas certas.” Mais adiante, ele afirma: “A visão dos militantes de Wall Street como uma força destrutiva, política e economicamente, está absolutamente certa.” Wall Street é o coração especulativo dos Estados Unidos.

Os americanos se insurgem, como os árabes. Acordaram.

Demorou.