Servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) têm revelado abertamente na plataforma LinkedIn que trabalham no serviço de inteligência do governo, desobedecendo protocolo recomendado pelo órgão. Ao menos 30 perfis na rede social incluem a agência em seus dados de experiência profissional. A informação é do site Núcleo.
Apesar de alguns perfis serem falsos, mentirem sobre o cargo na Abin no currículo ou pertencerem a servidores aposentados, pelo menos três deles são de funcionários ativos da agência. As contas citam vínculo com uma página não oficial do órgão mantida na plataforma.
Oficiais da área de inteligência possuem “sigilo funcional” sobre suas identidades previsto na legislação para exercer suas atividades com discrição. Quando contratados, os nomes dos servidores sequer são publicados no Portal da Transparência para evitar que eles sejam expostos.
A Abin não confirmou se os perfis pertencem a servidores reais da agência, mas ao menos três deles já se apresentaram como membros do órgão de inteligência em palestras públicas ou tiveram os nomes expostos no Diário Oficial da União (DOU).
Mesmo violando o protocolo recomendado pela agência, a exposição da informação não configura irregularidade. A Abin afirma que “cabe ao servidor avaliar sua posição, natureza do cargo e tipo de atividade realizada dentro do órgão para definir o grau de exposição pública ao qual poderá se submeter”.
No caso de ex-funcionários, a única exigência legal feita pela agência é que eles resguardem informações sigilosas obtidas durante o período em que trabalharam no serviço de inteligência. “Não há normativo exigindo sigilo quanto ao fato de terem ocupado função na atividade de inteligência”, diz o órgão.