Nesta sexta (5), subiu para oito o número de vereadores que assinaram requerimento para instalação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e retiraram apoio ao pedido. João Jorge (PSDB) foi o último a retirar sua assinatura do documento.
“O fato de o Rubinho antecipar o padre Júlio como foco atrapalha o andamento da CPI. Vários vereadores retirando assinatura. Da minha bancada o Beto do Social me avisou que está retirando. Eu vou rever”, afirmou o emedebista à GloboNews.
Mais cedo, Milton Ferreira (Podemos) e Beto do Social (PSDB) anunciaram que pediram para remover suas assinaturas do requerimento. Nesta quinta (4), Sidney Cruz (Solidariedade), Nunes Peixeiro (MDB), Thammy Miranda (PL), Xexéu Tripoli (PSDB) e Sandra Tadeu (União Brasil) fizeram o mesmo.
Eles alegam que foram enganados pelo autor da iniciativa, o vereador bolsonarista Rubinho Nunes (União Brasil), que não citou o nome do padre ao coletar assinaturas para o requerimento.
“Nós fomos enganados e apunhalados pelas costas. O documento de CPI que assinamos nunca citou o padre Júlio e usou de uma situação séria para angariar apoio. 90% dos vereadores que assinaram esse pedido não sabiam desse direcionamento político do vereador nessa CPI”, afirmou Thammy.
Jorge é vice-presidente da Câmara Municipal de São Paulo e já ocupou a Casa Civil no governo municipal durante as gestões dos tucanos João Doria e Bruno Covas. “A CPI deve morrer no colégio de líderes antes de ir ao plenário, se não acabar antes por falta de assinaturas”, avalia o vereador.
Na prática, a retirada de oito assinaturas do documento deve inviabilizar a instalação de uma CPI na Casa Legislativa. O regimento interno da Câmara Municipal estabelece que são necessárias no mínimo 18 assinaturas para a instalação de um colegiado do tipo.
Rubinho afirmou que coletou 25 assinaturas para o documento. Com a retirada das oito assinaturas, ela terá o apoio de apenas 17 parlamentares, numero abaixo do mínimo necessário para criar uma CPI.
Rubinho também disse ter um suposto acordo com cerca de 30 parlamentares para instalar a CPI na volta do recesso parlamentar, em fevereiro, mas vereadores da oposição e o próprio presidente da Casa, Milton Leite (União Brasil), negaram a informação.