O diretor Oliver Stone, vencedor de três Oscars, concluiu a produção de um documentário que aborda o conturbado período de prisão e retorno à presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em uma entrevista exclusiva à AFP, Stone revelou detalhes sobre o filme, destacando como a Lava-Jato agiu para levar Lula à prisão.
“O documentário trata da perseguição judicial. Explora o que aconteceu quando Lula, um presidente de sucesso, foi preso por corrupção, algo que é comum nesses países”, afirmou Stone durante uma visita repentina a Paris para promover sua última obra, “Nuclear Now”, um documentário sobre energia nuclear.
Embora a data de estreia do documentário sobre Lula ainda não tenha sido definida, o estadunidense enfatizou sua longa relação com o festival de Cannes, onde apresentou diversas produções, incluindo “JFK Revisitado: Através do Espelho” em 2021, o último episódio de sua investigação sobre o assassinato do presidente John F. Kennedy.
Ao longo de sua carreira, Stone dirigiu várias obras relacionadas à América Latina, incluindo documentários sobre figuras políticas como Hugo Chávez e Fidel Castro. Sobre as semelhanças entre esses líderes e Lula, o diretor os descreve como “humanistas” e autênticos defensores de seus países.
Stone também abordou as acusações de “lawfare”, destacando que esse tipo de perseguição judicial tem sido utilizado em diferentes partes do mundo, incluindo os Estados Unidos. Ele mencionou o ex-presidente Donald Trump como exemplo, que enfrenta quase uma centena de acusações formais após alegar fraude nas eleições de 2016.
Em relação às críticas que recebe, especialmente em Hollywood, Stone demonstrou indiferença, afirmando ser um “pensador livre”. Ele é acusado de conspiracionismo por realizar entrevistas com outras lideranças mundiais polêmicas, como Vladimir Putin, presidente da Rússia. “Que se fodam”, disse sorrindo para quem o acusa.