Olívio muda o cenário não só da eleição para o Senado. Por Moisés Mendes

Atualizado em 25 de julho de 2022 às 20:49
Olívio Dutra. Foto: Wikimedia Commons

Por Moisés Mendes

O lançamento de Olívio Dutra ao Senado pela federação PT, PC do B e PV provoca alvoroço na direita e na extrema direita de Hamilton Mourão, o nome mais forte (mas não o único) do bolsonarismo à vaga do Estado.

Olívio é mais do que um candidato das esquerdas. O ex-governador retorna às batalhas de uma eleição para agregar e juntar gente que nem sempre vota no PT.

É uma cartada para assustar o ultraconservadorismo dividido no Estado na luta pela cadeira ao Senado, hoje ocupada por Lasier Martins (Podemos).

Olívio é o mais interessante paradoxo gaúcho. É a imagem clássica do PT. Foi um dos fundadores do partido sentado ao lado de Lula naquela reunião de 10 de fevereiro de 1980 no Colégio Sion.

Foi deputado federal, prefeito de Porto Alegre e governador. Foi ministro das Cidades de Lula. Anda pelas ruas de Porto Alegre de ônibus (não tem carro), estende a mão a todos em gesto franciscano e carrega para onde vai todos os simbolismos do petismo.

Mas é também, para surpresa de quem não o conhece direito fora do Estado, o político mais respeitado e admirado por lideres e militantes de centro e da direita que não se aliou ao bolsonarismo.

Olívio perdeu em maio a esposa, a professora Judite Dutra. Abateu-se, mas reagiu fazendo o que mais sabe e gosta: militando nas ruas, agora pela candidatura do deputado federal Edegar Pretto ao governo do Estado.

Em 2014 o ex-governador foi derrotado na disputa ao Senado pelo radialista Lasier Martins, que concorre à reeleição.

Vai enfrentar Lasier, Mourão e mais dois candidatos da direita – a jornalista Ana Amélia Lemos (PSD), que já foi senadora, e o ex-governador José Ivo Sartori (MDB) – e mais uma candidata da extrema direita, a coronel da Brigada Militar Nádia Rodrigues (PP).

Ao centro, está o ex-vice-governador Vicente Bogo (PSB) e à esquerda, o vereador Roberto Robaina (PSol).

Olívio entra na disputa ao Senado com a direita fracionada com cinco candidatos. Mourão e Ana Amélia lideram as pesquisas.

No lançamento da candidatura, Olívio disse que deseja criar um mandato coletivo, aberto à participação de representações da democracia.

Sua candidatura deve influir no humor da campanha de Lula no Estado e na mobilização por Edegar Pretto ao governo gaúcho.

Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL) vêm liderando as pesquisas. A presença de Olívio embaralha a eleição não só ao Senado.

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