Publicado originalmente no blog Tijolaço
POR FERNANDO BRITO
Chama a atenção nas imagens onipresentes da cobertura da mídia sobre o desastre de Brumadinho o fato de quase não aparecerem mas atividades de resgate militares do Exército Brasileiro.
Os helicópteros que vi trabalhando no resgate eram quase todos dos bombeiros e alguns aparentemente civis.
A contrário a toda hora, hoje, se fala dos 130 militares israelenses que estão voando para apoiar as buscas.
No site do Exército, até a manhã deste domingo, 48 horas após o rompimento da barragem, nenhum comunicado oficial sobre a mobilização, apenas links para jornais que noticiam uma nota oficial divulgada sexta-feira que fala no emprego de um helicóptero Jaguar e diz que estão “na situação de “prontidão para emprego imediato” 930 militares.
Muito, muito menos do que se empregou na intervenção em operações de segurança pública ou dos 3 mil que usou para cercar a comunidade da Mangueira, em 2017.
E não estamos falando numa área remota: o local do acidente fica a apenas 60 km de Belo Horizonte, que tem toda a infraestrutura para receber um deslocamento de tropas e equipamentos.
Divulgada cinco horas depois do acidente, a nota fala que o helicóptero – e dois outros da FAB e da Marinha” iriam pousar no aeroporto de Confins para também “dar apoio ao transporte do presidente da República, Jair Bolsonaro, na manhã do sábado (26)”.
A ação imediata, ainda mais onde o socorro, como acontece agora, pode ter de ser suspenso por riscos de novos rompimentos ou mesmo por mau tempo, é essencial.
Já que se fala tanto em “intervenção militar”, seria uma oportuna ocasião de vermos isso acontecer em Brumadinho.
Capacidade os militares têm. O que falta?
PS. Agora, às 17 horas de domingo, dois helicopteros do Exército deram o ar da graça em Brumadinho, Um pousou na lama e depois decolou, o outro passou a grande altitude.