ONGs alertam sobre os riscos de uma ofensiva israelense em Rafah: ‘Um cemitério’

Atualizado em 21 de fevereiro de 2024 às 0:02
Israel bombardeia Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza. Foto: AFP

Diversas organizações internacionais de direitos humanos emitiram nesta terça-feira (20) um alerta sobre os riscos de uma ofensiva israelense em Rafah, cidade ao sul da Faixa de Gaza.

Localizada na fronteira com o Egito, a cidade abriga mais de um milhão de palestinos. Rafah é o último refúgio de palestinos deslocados pelos ataques israelenses.

Avril Benoit, diretora executiva da Médicos sem Fronteiras (MSF) nos Estados Unidos, disse durante uma entrevista coletiva que as consequências de um ataque em Rafah “são inimagináveis”. “Uma ofensiva militar ali a tornaria um cemitério”, afirmou.

“É o último núcleo de serviços de saúde e assistência humanitária para a população de Gaza. Atacar Rafah significa, de fato, cortar o sustento de pessoas que já perderam tudo, exceto a vida”, acrescentou.

O presidente da Refugees International, Jeremy Konyndyk, destacou que os ataques de Israel têm tornado “praticamente impossível” que os grupos humanitários atuem com segurança dentro de Gaza, e que existe um risco crescente de fome.

“Sobretudo no Norte, as pessoas já estão à beira da fome. O risco, caso não se permita uma operação humanitária significativa que opere sem restrições, em larga escala, em toda a Faixa de Gaza, é a fome”, disse Konyndyk.

“Essa fome irá se produzir não por algum fenômeno natural, e sim devido à forma como essa guerra está sendo conduzida e à negação persistente e intencional do acesso humanitário, principalmente por parte do governo israelense”, prosseguiu.

Konyndyk ainda ressaltou que é difícil acreditar que a população de Rafah possa ser evacuada com segurança, pois não há outro local seguro para elas.

“Um cessar-fogo é a única forma de evitar mais mortes e sofrimento em Gaza. Nossas equipes continuam testemunhando como pacientes não conseguem acesso a atendimento médico devido aos ataques persistentes contra as instalações de saúde e seus arredores”, afirmou.

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