A operação realizada pela Polícia Rodoviária Federal nos transportes públicos de todo o país neste domingo (30) começou a ser traçada em uma reunião no Palácio da Alvorada. No encontro, que aconteceu no último dia 19, uma quarta-feira, integrantes da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu para planejar ações que deveriam ser colocadas em prática na reta final do segundo turno.
De acordo com informações do blog de Lauro Jardim no jornal O Globo, um desses planos dizia respeito às abordagens que estão acontecendo nos veículos de transporte de passageiros neste domingo. Os chefes dos órgãos que auxiliam a Justiça Eleitoral, como as Forças Armadas, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, teriam sido instruídos para que seus comandados se atentassem ao transporte irregular de eleitores, principalmente no Nordeste.
“Nem seria preciso dar uma ordem explícita para nada. Como o efetivo dessas forças policiais é basicamente composto de simpatizantes do presidente, a consequência de uma operação como essa é óbvia”, disse um integrante da campanha.
As abordagens chegaram ao conhecimento do Tribunal Superior Eleitoral, que foi acionado pelo Partido dos Trabalhadores. A sigla alegou ter recebido denúncias de que ações como essa aconteceriam para atrapalhar o deslocamento de eleitores de regiões em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) costuma ter preferência.
No sábado (29), Alexandre de Moraes, presidente do TSE, chegou a emitir uma decisão proibindo esse tipo de operação nos veículos de transporte de passageiros no dia da votação. Porém, conforme mostram diversos vídeos que circulam pelas redes sociais, a ordem foi descumprida e o ministro determinou que Silvinei Vasques, diretor da Polícia Rodoviária Federal, interrompa “imediatamente” as operações que a corporação vem fazendo.