Além de protagonizarem uma confusão no grupo de WhatsApp da sigla, ao menos dez parlamentares do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticaram abertamente nas redes sociais os colegas de bancada que votaram a favor da Reforma Tributária.
Na votação em primeiro turno da proposta que muda o sistema de impostos do país, o partido deu 20 votos a favor, enquanto 75 foram contrários. Dos que votaram a favor da Reforma Tributária, quatro deles utilizaram seus canais oficiais nas redes para justificar o voto.
Pouco mais da metade da bancada (51 deputados) apenas fez postagens contrárias à reforma, sem citar a suposta “traição”, mas dez parlamentares optaram por apontar publicamente os dedos para os colegas. Os dados são de um levantamento do jornal O Globo.
O deputado federal bolsonarista Marco Feliciano (PL-SP) foi um dos primeiros a se manifestar. Na última sexta-feira, em postagem no Instagram, o pastor publicou um vídeo em que afirmou que a votação foi uma chance de conhecer “oportunistas e os traidores”.
“Os oportunistas simplesmente não respeitam a dor de 58 milhões de brasileiros que ainda estão sofrendo e seis dias depois da cassação (a inelegibilidade de Bolsonaro no TSE) se sentam à mesa com aqueles que foram responsáveis pela cassação. Pra quê? Para negociar a salvadora reforma? São insensíveis, de memória curta, que não eram nada até Bolsonaro e agora sentam primeiro com os algozes, fazem acordos e só depois vêm comunicar o líder”, disse Feliciano.
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O delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e o ex-ministro do Meio-Ambiente, Ricardo Salles (PL-SP), também acompanharam o posicionamento de Feliciano. Bilynskyj questionou: “Quem vota contra (o partido) é o quê?”. Já Salles insinuou que os parlamentares teriam sido “comprados pelas emendas, disparadas pelo governo no dia e às vésperas da votação”.
Gilvan da Federal (PL-ES) divulgou, em suas redes sociais, a relação dos vinte nomes e chamou os deputados de “traidores”, “Judas” e “melancias”.
“Vergonha, imoral ver deputados do PL votando junto com PT e PSOL, e o que é pior, votando contra o povo brasileiro. Não contem comigo para defender traidores, Judas, melancias. Repudio a forma como votaram esses 20 deputados do PL , os 36 do Republicanos e os 40 deputados do PP. Vergonha”, disse Gilvan.
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Por outro lado, entre os vinte deputados que contrariaram a orientação do partido, quatro prestaram contas das motivações de seus votos nas redes sociais, todas no campo econômico. Entre eles, está Rosângela Reis (MG), que participou de eventos de campanha no ano passado com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro
Rosângela Reis afirmou que apoiou o texto no intuito de atrair investimentos para o país. “Reconheço que o texto da reforma não é perfeito e que poderia haver melhorias, mas entendo que é um passo importante para simplificar o sistema tributário e promover o desenvolvimento econômico do país”, disse a parlamentar.