Publicado originalmente na Rede Brasil Atual
As redes sociais mobilizaram-se na tarde desta terça-feira (12) contra a Medida Provisória (MP) 910, apresentada pelo governo Bolsonaro, que trata da regularização fundiária em terras da União e vem sendo chamada de MP da grilagem. A hashtag #MP910Nao subiu ao terceiro lugar dos tópicos mais acessados do Twitter, perdendo apenas para a guerra entre bolsonaristas e oposição sobre o vídeo da reunião ministerial em que o presidente defendeu a troca na Polícia Federal do Rio de Janeiro para evitar que familiares e aliados fossem “prejudicados”.
“Não há clima no país para discutir um assunto que mexe com a vida de milhões de trabalhadores, de produtores da nossa Amazônia e de outras regiões do país”, afirmou na sessão plenária da Câmara a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), depois de votar pela retirada da MP 910 da pauta.
A sessão virtual desta terça foi realizada para analisar pedidos de urgência da MP 910 e o Projeto de Lei 1.562/20, que obriga a população a usar máscaras de proteção facial em ruas, instalações, prédios ou áreas de acesso público enquanto durar a pandemia de covid-19.
Destruição global
“Parece que nesta casa alguns aqui nunca vão se contentar enquanto não destruírem globalmente a Amazônia brasileira, o planeta, o verde, a floresta, o meio ambiente. Aliás, parte dos cientistas, estudiosos e pesquisadores se pergunta o porquê da pandemia, por que tantos vírus aparecendo anualmente no planeta? Será que isso não tem a ver com a questão ambiental? E nós aqui neste momento discutindo incentivo à devastação da floresta”, protestou a deputada.
“O Código Florestal já não serve mais, porque tem aqui nesta casa aqueles que não se contentam, querem devastar a floresta cada vez mais. O PCdoB não concorda com esta sede de desmate que tem ainda no plenário desta casa”, afirmou.
O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ) escreveu, também no Twitter, que, “em plena pandemia, Bolsonaro quer legalizar o crime de grilagem de terras e estimular mais invasões a áreas de preservação, agravando a devastação ambiental e a violência contra indígenas”.