Leandro Fortes faz o giro de notícias e conversa com o advogado criminalista Kakay e com o ativista e ex-deputado federal Jean Willys. Uma das principais discussões é o uso do orçamento secreto pelo Ministério da Defesa para contemplar aliados do governo.
Neste domingo, senadores e generais da reserva reagiram ao uso do orçamento secreto pelo Ministério da Defesa, no valor de R$ 588 milhões. Do total, R$ 401 milhões foram repassados pela pasta para favorecer aliados do governo Bolsonaro no Senado e auxiliar na construção de uma capela funerária, de acordo com o jornal O Globo.
Cerca de 11 senadores ligados ao Planalto foram favorecidos pelas emendas de relator repassadas pelo Ministério da Defesa. O ministro, até poucos dias, era o general Braga Netto, que hoje é assessor no Palácio do Planalto e tenta ser o candidato a vice na chapa presidencial com Jair Bolsonaro (PL).
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Recursos do orçamento secreto foram destinados ao programa Calha Norte
Os valores destinados pelas emendas foram destinados a um programa chamado Calha Norte, criado na década de 1980 depois que militares começaram a se preocupar com a região da Amazônia.
O objetivo é destinar investimentos para projetos na área de infraestrutura, aquisição de equipamentos e compra de bens para quartéis na região. Um levantamento do jornal O Globo mostrou que as emendas serviram a outro propósito, praças, passarelas de concreto e obras de edifícios que abrigarão as câmaras de vereadores em duas cidades do interior do Amapá e uma no Amazonas, no valor de R$ 1,5 milhão cada uma.
O Ministério da Defesa informou em nota que o programa Calha Norte não leva em consideração o método como os parlamentares indicam os recursos, se as emendas são impositivas ou de relatoria, “mas, sim, se estão em conformidade com as diretrizes técnicas”.