“Ordem do Dia”: Exército decide acabar com mensagem de aniversário do golpe militar

Atualizado em 1 de março de 2023 às 8:16
Bolsonaro e militares durante aniversário do golpe militar no Brasil – Foto: Agência Brasil

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, decidiu que neste ano não haverá a leitura da Ordem do Dia alusiva ao dia 31 de março, aniversário do golpe militar no Brasil. Ele foi escolhido para substituir o general Júlio César Arruda, demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com informações da colunista Carla Araújo, do UOL, fontes da caserna afirmaram que a decisão de não divulgar uma mensagem pela data se deu pelo fato de que, segundo o novo comandante, “o normal era não existir”.

Tomás Paiva ainda tem dito aos seus subordinados que o momento é de “retomada da confiança” e busca de pacificação. A decisão, portanto, seria um aceno ao governo Lula.

O comandante do Exército, general Tomás Paiva – Foto: Reprodução

Paiva também fez chegar ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a informação de que não haveria resistência na cúpula do Exército a respeito das investigações de militares envolvidos nos atos terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília, no dia 8 de janeiro.

Vale destacar que após o fim da ditadura (1964-1985), a mensagem continuou a ser lida em quartéis e divulgada à sociedade. A Ordem do Dia, no entanto, deixou de ser lida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1995.

Durante os governos do presidente Lula (PT) foram publicadas Ordens do Dia em 2004, 2005 e 2006. Nos demais anos não houve essa divulgação. Na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também não houve a leitura da mensagem. Já no primeiro ano do governo Bolsonaro, em 2019, a mensagem de aniversário do golpe havia sido retomada.

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