O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou aos comandantes das Forças Armadas que a pasta não divulgará nenhuma Ordem do Dia alusiva ao dia 31 de março, aniversário do golpe militar no Brasil.
De acordo com informações da Folha de S.Paulo, os chefes militares indicaram que vão manter a sinalização, feita desde janeiro, de que o golpe não será celebrado. Vale destacar que a mensagem de aniversário do golpe foi divulgada durante os quatro anos de governo Bolsonaro.
Neste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou para o ministro da Defesa a definição sobre o que seria feito. Apesar do tom conciliador de Múcio, alas do PT têm aconselhado integrantes do governo para que o Ministério da Defesa divulgue um comunicado oficial em repúdio à ditadura militar.
Múcio, no entanto, tem se mostrado contrário à possibilidade e afirma a auxiliares que somente ignorar a data será suficiente para evitar crises. Interlocutores afirmaram também que a decisão foi natural e repassada em conversas informais entre o ministro e os comandantes Tomás Paiva (Exército), Marcelo Damasceno (Aeronáutica) e Marcos Olsen (Marinha).
Ainda segundo a Folha, não haverá nenhuma decisão formal sobre o tema e a estratégia na cúpula da Defesa é não tocar no assunto, uma vez que, além de ser delicado, pode desgastar a relação com os militares.
O comandante do Exército, Tomás Paiva, comunicou ao Alto Comando da Força em reunião no fim de janeiro que não deveria haver nenhuma nota oficial dos militares sobre o golpe militar pelo fato de que “o normal era não existir”. Ele foi escolhido para substituir o general Júlio César Arruda, demitido pelo presidente petista.
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