A BBC Brasil deu matéria sobre o jantar em torno de Olavo de Carvalho nos EUA.
Sim, eu escrevi direito. O centro do convescote era o Ermitão da Virgínia e não o presidente do Brasil.
Chegamos a um ponto em que o vice está sendo fritado em praça pública por agentes estrangeiros.
Olavo tem como porta-voz Steve Bannon, estrategista-chefe afastado do governo Trump e atual articulador de uma onda de líderes populistas de direita pelo mundo chamada Movimento.
Após se sentar ao lado do presidente brasileiro em um jantar na residência oficial do embaixador do Brasil em Washington, neste domingo, Bannon conversou por telefone com a BBC News Brasil e afirmou que há uma “clara preocupação” entre os apoiadores de Bolsonaro sobre a influência do vice no governo.
“Há muitos membros do governo que estão questionando o ‘timing’ do vice-presidente e seus posicionamentos nestes primeiros 100 dias”, afirmou, enquanto classificava Jair Bolsonaro como um “homem incrivelmente carismático, que reúne poder de ação e de reflexão muito fortes”.
“Isso não significa que exista uma divisão dentro do governo, mas ele (Mourão) se tornou uma voz dissonante e isso é perigoso. Há um nível relevante de frustração pelo fato de ele estar desalinhado com o programa do presidente Bolsonaro.” (…)
As críticas dos conservadores americanos ecoam as de Olavo de Carvalho, que vem sendo bastante duro em seus ataques ao vice-presidente.
Para o brasileiro radicado há décadas nos EUA, o vice-presidente tem “mentalidade golpista” e “uma vaidade monstruosa”. Após se encontrar com Bannon no sábado e no domingo, Olavo classificou ainda o general Mourão como um “estúpido”.
Na opinião de outros presentes no jantar e ouvidos pela BBC News Brasil, Mourão teria se tornado uma presença “nociva” que “conspira contra o presidente” e teria agido para se aproveitar de “um grande vácuo” durante os períodos de internação e afastamento médico do capitão reformado.
Procurado, o vice-presidente não comentou as críticas recebidas nos EUA até a publicação desta reportagem. (…)
Líderes conservadores e empresários presentes na agenda oficial da viagem aos EUA tentam construir a ideia de que Mourão “se tornou um problema porque não entende o significado da revolução Bolsonaro”.
O que os lunáticos chamam de “revolução” é a dissolução do estado brasileiro em nome do combate ao espantalho do “comunismo”.
Essa é a única estratégia do bolsonarismo.
“Sabe quando nós vamos parar? Nunca!”, postou no Twitter Filipe G. Martins, assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais.
Mourão está apanhando com a anuência evidente do chefe.
Olavo e seus seguidores são paus mandados de Bannon e de quem ele representa.
Da última vez em que foi questionado, Mourão mandou um beijo para o desafeto, mas o constrangimento é evidente.
Jair poderia tentar conter a fúria indigente contra seu vice, mas isso não lhe interessa.
Inepto, o presidente tenta isolar Mourão e acaba ele mesmo preso na ala psiquiátrica do governo.
Mais uma vez: isso não é “cortina de fumaça” etc.
É apenas um coquetel feito de ignorância, falta de caráter, incompetência e, como já falei, pulsão suicida.
Agora ficamos sabendo de vez a mando de quem.
Sabe quando nós vamos parar? Nunca! pic.twitter.com/hfeibOSnoP
— Filipe G. Martins (@filgmartin) March 18, 2019