O organizador da orgia gay interrompida pela polícia na Bélgica, terminando com a detenção e renúncia do eurodeputado ultraconservador Jozsef Szájer, afirmou a um portal polonês nesta quinta-feira que a festa, proibida por “lockdown”, também teve a participação de expoentes do PiS, o partido de extrema direita da Polônia Direito e Justiça.
A entrevista foi publicada no jornal polonês Onet, e a informação replicada em diferentes veículos europeus. O polonês David Manzheley, procurado por “fraude” pela polícia da Polônia, conta ao portal que costuma promover esse tipo de festa e que seus conterrâneos, assim como húngaros, são os maiores frequentadores. Os governos dos dois países, de extrema direita, estimulam a perseguição de homossexuais.
“Organizo estas festas a cada dois anos. Poloneses e húngaros são os participantes mais frequentes. Na última festa, eram expoentes poloneses, não eram europarlamentares, mas têm atribuições importantes no parlamento nacional ou no governo”, disse, em citação republicada pelo jornal italiano La Reppublica.
De acordo com o jornalista investigativo hungaro Szabolcs Panyi, a “procura” da polícia polonesa por David Manzheley é uma tentativa de desacreditar o organizador da festa, onde um dos participantes seria membro do alto escalão Ministério da Justiça polonês.
Segundo Manzheley, políticos da França, Ucrânia, Luxemburgo, Holanda e Suíça também participaram da última festa, invadida pela polícia, chamada por vizinhos.
Questionado sobre o risco sanitário de contaminações, Manzheley afirmou ao jornal que os participantes de suas festas devem apresentar um teste de HIV negativo, assim como um teste de Covid-19, para poder entrar.
A intervenção policial se deu em função das medidas de restrição em vigor na Bélgica, país que registra um dos maiores índices no mundo de contaminação por Covid-19.