Os barões da Barão de Limeira e seus gritos desesperados. Por Maringoni

Atualizado em 22 de fevereiro de 2023 às 16:28
Editorial da Folha de S.Paulo deste domingo (9)
Nhonhô, relho em punho, berrou lá da casa grande em direção à senzala:
– O candidato oposicionista (…) está obrigado a dizer o que pretende mudar ou preservar na economia.
Quase uma chantagem. “É um acinte, portanto, que Lula mantenha a opacidade quanto a seus planos e nomes para a gestão da economia”. Acinte? Acinte, sim senhor!
A ameaça é explícita: se não fizer o que mandamos, não der a patinha, não rolar no chão e se fingir de morto, vamos para o outro candidato. Ele é problemático, tem 700 mil mortes no portfólio, 33 milhões com fome e ameaça passar para uma ditadura aberta, mas isso são detalhes. Importa a economia, estúpido.
O editorial da Folha de S. Paulo – acompanhado por peça semelhante d’O Globo – deste domingo (9) é das coisas mais abjetas que o papel impresso e as telas de computadores e celulares estamparam nas últimas semanas. E a concorrência é acirrada.
Vamos nos lembrar de um exemplo histórico há pouquíssimo tempo. Em 2014, a candidata Dilma Rousseff foi vítima de carga semelhante. Editoriais fizeram terrorismo a partir de supostos descontrole inflacionário, elevação de gastos, aumentos desmedidos de salários, níveis de desemprego tendentes a zero, ações descabidas do BNDES, intervencionismos estatais e vasto rol de news para lá de fakes.
Vitoriosa nas eleições, a presidenta cedeu ao financismo. Nomeou um preposto dos bancos para a Economia e conduziu o “maior ajuste fiscal da História”, segundo suas palavras. O desemprego dobrou em pouco mais de um ano e a redução do PIB foi a maior em 80 anos.
Ao contrário de ganhar a confiança do outro lado, o conjunto de ações erodiu sua base popular e a deixou sem sustentação diante da insaciável ofensiva da casa grande. Sabemos como a história seguiu daí para a frente.
Lula governou por oito anos. Todas e todos sabem muito bem suas posições sobre economia. Há muita coisa discutível, mas é do jogo. O que está fora das regras é a prepotência endinheirada do “mercado”, vocalizada nos editoriais da Folha e do Globo.
Lula acerta em cheio ao não ceder aos arreganhos da gentalha do relho em punho.
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