Luiza Trajano, do Magazine Luiza, é há muito tempo um nome consagrado na comunidade de negócios.
Agora, ela se tornou conhecida de um público muito mais amplo, depois de arrasar entre sorrisos Diogo Mainardi no programa Manhattan Connection. O vídeo em que ambos discutem o varejo brasileiro viralizou na internet – ela com informações, ele com desinformações, ela com simplicidade competente, ele com arrogância incompetente.
Luiza não é a Luiza original, para os curiosos.
A primeira Luiza era sua tia, uma balconista de Franca que conquistou um caixeiro viajante que passou pela cidade, na década de 1950.
Os dois se casaram e compraram uma loja chamada Cristaleira. Em Franca. Num concurso numa rádio, pediram aos clientes que escolhessem um nome. A escolha foi Luiza.
No correr dos anos, a loja foi crescendo até se tornar o que é hoje, um dos principais nomes do varejo brasileiro.
Em 1991 a Luiza de Mainardi recebeu um bilhete da tia. A tia avisava que, aos 62 anos, já estava velha e queria passar o comando para a sobrinha, que já era então a principal executiva da rede depois da matriarca.
Desde garota, a segunda Luiza trabalhava na empresa. Nas férias escolares, ficava atrás do balcão, vendendo. Foi aí , na prática, que aprendeu a arte de vender.
Alguns anos atrás, Luiza foi estrela do finado movimento Cansei, e chegou a pedir que seus empregados trabalhassem de fita preta em protesto contra o governo.
Num encontro recente promovido pela revista Exame, ela deu seus conselhos essenciais a quem vive, como ela, de vender. São simples e eficazes, como os argumentos que ela usou no diálogo com Mainardi.
“Não deixe o freguês sair sem comprar. Venda na hora porque depois ele não volta”.
“Pagar o que se deve em dia não é argumento para negociação nem vantagem – é obrigação. Pague no dia do vencimento”.
“Trate todos igualmente. O dinheiro do mais simples é igual ao dinheiro do mais importante”.
“Nunca minta para o freguês. Sempre vendi e nunca precisei mentir”.
“Dê emprego. Não se esqueça dos brasileiros negros e pessoas mais velhas – a experiência conta muito”.
“Não acredite em crise. Crise é oportunidade”.
“Não brigue por dinheiro. O lucro é importante, mas não a qualquer preço”.