O ex-policial militar Élcio Queiroz detalhou como foi o dia do assassinato de Marielle Franco em delação premiada com a Polícia Federal e com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Ele relatou que Ronnie Lessa estava planejando o crime desde o Ano Novo de 2017. A informação é do g1.
Na delação, Élcio disse que ele e o PM Edmilson, morto em novembro de 2021, estavam “para pegar a mulher que estavam monitorando há alguns meses”. Ronnie teria contado a ele que tentou matar a vereadora em 2017, mas houve problemas com o carro que era dirigido pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel.
Ronnie relatou que acreditava que a falha no carro de Maxwell teria sido uma desculpa para desistir do plano. Ele ainda detalhou como seria a dinâmica na data do crime: o ex-bombeiro dirigiria, Ronnie ficaria no banco de trás armado e Edmilson seguia atrás, também armado, para segurar o trânsito.
Na data do assassinato de fato, 14 de março de 2018, os criminosos sabiam que ela participava do evento “Mulheres negras movendo estruturas” e acharam que seria um momento oportuno. Ronnie e Élcio perseguiram o carro da vereadora, esperando uma oportunidade para fazer os disparos e fugir.
Élcio relatou que Ronnie estava no banco de trás do carro e os disparos ocorreram por volta das 21h30 quando Anderson, o motorista de Marielle, reduziu a velocidade para que o veículo manobrasse e entrasse na rua João Paulo I.
Após o assassinato, eles foram para a casa da mãe de Ronnie, no bairro Meier, e seguiram em um táxi para a Barra da Tijuca. O pedido foi feito pelo irmão do assassino, cerca de 18 minutos depois do crime, às 21h48. Chegando no destino, eles se encontraram com Maxwell e passaram a madrugada falando sobre o crime.
A desova do carro ocorreu no dia seguinte: Élcio e Ronnie se encontraram com Maxwell no bairro Méier para se livrar do veículo usado. Os criminosos encontraram cápsulas de balas e outros resquícios do crime, que foram descartados.
Posteriormente, Maxwell adulterou o veículo com outra placo e o levou até Rocha Miranda, onde foi descartado por uma quarta pessoa, identificada como Edmilson Barbosa dos Santos, conhecido como “Orelha”.