PUBLICADO ORIGINALMENTE NO FACEBOOK DE LUIS FELIPE MIGUEL
O Distrito Federal é pequeno, mas dá uma contribuição desproporcional ao bestiário da política nacional. Fomos governados por Roriz, Arruda, Cristovam e Agnelo. Nosso trio de senadores é imbatível: Cristovam de novo, o inefável Reguffe e Hélio Gambiarra, de codinome autoexplicativo. (O Rio Grande do Sul até que se esforçou, colocando Ana Amélia e Lasier Martins, mas ainda sobra Paulo Paim.) São daqui os deputados federais Rogério Rosso, autor do projeto que criminaliza a “cristofobia”; Izalci Lucas, adversário incansável da educação pública e cruzado do Escola sem Cérebro; Laerte Bessa, que espera que a ciência avance para que os criminosos sejam abortados antes de nascer (fora isso, claro, ele é um defensor aguerrido da “vida desde a concepção”).
Agora, o deputado federal Alberto Fraga, líder da bancada da bala, anunciou sua candidatura ao governo local – alinhado a Bolsonaro, claro. E explicou que sua única prioridade é a segurança pública. Educação e saúde? Em segundo plano. E explicou: “Prefiro meu filho doente e burro, mas vivo”.
Impropriedade verbal de momento? Não. Fraga estava repetindo frase que usou em pronunciamento na Câmara dos Deputados, em junho deste ano. É o discurso que ele calibrou para atingir seu eleitorado. Isso é o mais estarrecedor.
Doente e burro, na verdade, anda o Brasil. Nem por isso está mais seguro. É a prova de que o raciocínio de Fraga está furado.