Os jornalistas da Globo são tão responsáveis pelo golpe quanto seus patrões. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 18 de junho de 2017 às 8:30
A voz dos patrões
A voz dos patrões

Este artigo está sendo republicado por motivos óbvios.

 

Minha tolerância com qualquer coisa produzida pela Globo é baixíssima.

Tudo ali me provoca repugnância.

Mas acabei vendo alguns minutos da GloboNews no dia em que Waldir Maranhão anulou, ou tentou anular, a sinistra sessão em que bufões da Câmara aprovaram o golpe.

No pouco que aguentei ver, o que mais me impressionou foram as análises da comentarista Cristiana Lobo.

Ela acredita mesmo nas coisas absurdas que fala? Foi essa a pergunta imediata que me fiz.

Cristiana condenou a instabilidade que Maranhão trouxera para a cena política. Deus. Sob o comando descarado da Globo em que ela trabalha, a oposição vem promovendo uma brutal instabilidade no Brasil desde que Dilma se elegeu para um segundo mandato.

Aécio, o playboy do Leblon que se consagrou como o mais sórdido perdedor da história política nacional, colocou imediatamente em dúvida a lisura das eleições. Chegou a reivindicar, no primeiro grande espasmo golpista, que sua chapa fosse empossada no lugar da encabeça por Dilma e o traidor.

A Globo esteve por trás de todo o processo de desestabilização do governo eleito. Jamais serão esquecidos os circos montados pela emissora a cada etapa em que a Lava Jato perseguia os suspeitos de sempre – os petistas.

Também ficarão na memória as coberturas de protestos contra Dilma, tratados como grandes festas da sagrada família brasileira.

Isso para não falar na criminalização de pedalinhos em intermináveis minutos no Jornal Nacional.

A Globo virou a Veja. Abandonou completamente o jornalismo para se dedicar ao golpe todos os dias e todas as horas.

Com a diferença de que a Veja é uma revista semimorta, e a Globo, monopolista, infesta a cena de mídia nacional com jornais, rádios, emissoras de tevê etc etc.

Em seu cinismo bandido, a Globo fingiu se bater pela moralidade. Logo ela, símbolo da corrupção, uma empresa que faz qualquer coisa para que seus donos mandem no Brasil e, assim, multipliquem uma fortuna pessoal indecente.

A Globo sonega. A Globo paga propina para transmitir Copa do Mundo e outras coisas que lhe trazem um dinheiro colossal. A Globo se encharca de recursos públicos via BNDES. A Globo é um monstro moral.

E se faz de virgem.

Os jornalistas da Globo, no golpe em curso, contribuíram decisivamente para a causa abjeta dos patrões.

Um caso exemplar é o de Erick Bretas, que se fantasiou de Sérgio Moro no Facebook para defender histericamente o golpe. Não é a única fantasia de Bretas: ele também se vestiu e se veste de jornalista.

Não é apenas a Globo que deve ser combatida impiedosamente pela sociedade pelos males que fez, faz e fará contra o país.

Também seus jornalistas devem receber o justo castigo por ajudarem a transformar o Brasil num imenso, num desolador Paraguai.

Ou o Brasil acaba com a Globo ou a Globo acaba com o Brasil. Os Marinhos sempre tramarão para que sejamos uma república dos plutocratas, desigual, em que uns poucos tenham muito para que a imensa maioria divida o resto.

O bilionário Jorge Paulo Lemann disse que o Brasil jamais será estável enquanto houver desigualdade.

Acrescentemos: e jamais será iguialitário enquanto existir a Globo.

Uma das raras coisas boas dessa crise é que nunca isto ficou tão claro.

A Globo boicotou a democracia a cada instante neste golpe. Ela tem que ser combatida nesta mesma medida: a cada minuto, compreendidos aí os Marinhos e seus cúmplices jornalistas.