A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está prestes a lançar seu maior exercício militar em décadas, envolvendo 90 mil soldados de 31 países aliados, incluindo a Suécia. O comandante supremo da Aliança para a Europa (SACEUR), general Christopher G. Cavoli, anunciou que este será um evento significativo, demonstrando a capacidade da Otan de fortalecer a região euro-atlântica em resposta a cenários simulados de conflito emergente.
O exercício, denominado “Steadfast Defender 2024”, representa o maior mobilização da Otan desde 1988, durante a Guerra Fria. Esta iniciativa ganha relevância em um contexto em que a aliança militar está revisando suas estratégias de defesa após a invasão russa da Ucrânia.
O presidente do Comitê Militar da Otan, Rob Bauer, ressaltou que os 90 mil participantes constituem um número recorde de tropas mobilizadas para um exercício e sublinhou a importância de os países estarem preparados para enfrentar ameaças potenciais, como a Rússia e grupos terroristas.
Bauer enfatizou que o objetivo não é buscar conflitos, mas sim estar prontos para responder a ataques. Com 50 navios, 80 aeronaves e mais de 1.100 veículos de combate envolvidos, as manobras militares abrangerão desde a América do Norte até o flanco oriental da Otan, próximo à fronteira com a Rússia.
O presidente do Comitê Militar destacou que, apesar das dificuldades enfrentadas pelas tropas terrestres russas devido à guerra na Ucrânia, a Marinha e a Força Aérea continuam sendo forças consideráveis.
No que diz respeito à Rússia, Bauer observou que as sanções ocidentais impactaram os esforços de reconstrução das forças russas, mas Moscou ainda possui capacidade para aumentar a produção de artilharia e mísseis. Ele informou que os combates intensos persistem na Ucrânia, com a linha de frente relativamente estável.
O Reino Unido, contribuindo com 20 mil membros do Exército, Marinha e Força Aérea, se destaca como um participante significativo no exercício, mobilizando forças em toda a Europa Oriental como parte dos preparativos para possíveis agressões russas.