Entrada da OTAN no conflito será 3ª Guerra Mundial, diz chefe do Conselho da Europa

Atualizado em 14 de março de 2022 às 10:06
Charles Michel
A Europa deve ser pragmática e falar com “quem está no Kremlin”, diz o presidente do Conselho Europeu. Foto. Reprodução

De acordo com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ao El Pais, no último sábado (12), os países ocidentais não devem se envolver em conflito do Leste Europeu. De acordo com ele, a União Europeia (UE) não está em guerra com a Rússia, argumentando que um confronto entre a Rússia e a Otan significaria uma guerra mundial nuclear.

A Rússia é uma potência nuclear e estamos bem cientes de que, se esse conflito se transformar em [um conflito] entre a OTAN e a Rússia, cairemos na Terceira Guerra Mundial”, disse o ex-primeiro-ministro belga, após o discurso de sexta-feira.

O presidente da CE também disse que tem falado regularmente com o presidente russo Vladimir Putin pessoalmente. Ele acredita que não são as palavras, mas uma “mudança no equilíbrio de poder” que pode contribuir para avançar nas negociações futuras. Ele acrescentou que a Europa não deve abandonar o papel de mediador no conflito e terceirizar” o papel para uma potência externa, seja os EUA ou a China.

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OTAN e a justiça internacional

Quando perguntado se a Rússia deveria enfrentar “justiça internacional”, sobre o que Kiev e nações ocidentais chamam de invasão da Ucrânia, Michel disse que não há lei sem justiça”, mas que cabe às organizações internacionais dizer se Moscou deve ou não responder por algo.

Michel também disse que a UE está tentando “apoiar [a Ucrânia] o máximo possível” sem “agravar o conflito”, acrescentando que a Europa já “quebrou seus próprios tabus” ao fornecer à Ucrânia US$ 1 bilhão em ajuda militar.

No entanto, para ele, a Europa não pode conceder a Kiev tudo o que deseja. “Principalmente quando se trata da adesão da Ucrânia à UE”. “O alargamento é uma questão sensível, sobre a qual nem todos os países europeus tê  mesma opinião”, disse. Também acrescentou que devem ser considerados os interesses de outras nações que já entraram no caminho da adesão, como Sérvia, Albânia e Montenegro.

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