O presidente do comitê militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), o almirante holandês Rob Bauer, anunciou em uma entrevista coletiva que a aliança está se preparando para um possível conflito com a Rússia. Segundo o Uol, as declarações foram feitas antes do maior exercício militar da Otan em décadas, programado para durar vários meses, iniciar um treinamento com 90 mil soldados.
“Não estou dizendo que dará tudo errado amanhã, mas temos que perceber que não é certo que estaremos em paz”, afirmou Bauer, destacando a importância de reconhecer a imprevisibilidade do cenário global. Ele explicou que a preparação para um conflito é necessária diante das incertezas geopolíticas e também em resposta aos potenciais desafios apresentados por grupos terroristas.
O almirante enfatizou que a Otan não está buscando um confronto, mas também não recuará em caso de um ataque. “Se chegar a esse ponto, se eles nos atacarem. Não estamos buscando conflito”, afirmou. Ele ressaltou a postura defensiva da aliança, destacando a necessidade de se proteger diante de ameaças potenciais.
Bauer elogiou a iniciativa da Suécia, que recentemente pediu à população que se preparasse para uma guerra. Segundo ele, essa conscientização é o primeiro passo para lidar com a imprevisibilidade do futuro. “A compreensão de que não é possível se planejar para tudo e que nem tudo vai ser moleza nos próximos 20 anos”, comentou.
As declarações aconteceram em um contexto de crescente tensão geopolítica, especialmente com a Rússia. O anúncio do maior exercício militar da Otan desde 1988, antes do colapso da União Soviética, ressalta a determinação da aliança em demonstrar unidade e força. Participarão das manobras os 31 países membros da Otan, juntamente com a Suécia, que busca aderir ao grupo.
O general estadunidense Christopher Cavoli, chefe do comando da Otan na Europa, afirmou que o exercício será uma “demonstração clara de nossa unidade, de nossa força e de nossa determinação em protegermos uns aos outros”. O treinamento está agendado para ocorrer até maio e reforça a postura da Otan diante do conflito na Ucrânia que da dura há quase dois anos.