O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse nesta segunda-feira (25) ser contra à reeleição para cargos do Executivo e defendeu que o tema deve ser debatido pelo Congresso.
A declaração ocorreu após a abertura da 38ª Conferência Hemisférica de Seguros da Fides (Federação Interamericana das Empresas de Seguros), no Rio de Janeiro.
“Eu indago o instituto da reeleição no poder Executivo: fez bem ao Brasil? A minha percepção é de que não foi bom para o país. Quando se coloca no colégio de líderes, todos tendem a acreditar que o fim da reeleição seja bom para o Brasil”, afirmou Pacheco.
O presidente do Senado reforçou que “não tem pressa” em pautar a votação da minirreforma eleitoral, aprovada na Câmara dos Deputados há duas semanas. “Nós não faremos a aprovação disso às pressas, oprimidos pela circunstância de tempo de ter que aprovar até 6 de outubro para valer imediatamente para as próximas eleições”, disse.
Pacheco ainda defendeu o alongamento dos mandatos de quatro para cinco anos e o ajuste para que todas as eleições ocorram de forma simultânea. O político acredita que essas alterações, combinadas com o fim da reeleição, seriam importantes para evitar um “estado eleitoral permanente”.
“A conveniência da popularidade do mandatário, a instituição do voto e a instituição da eleição resultará em um estado eleitoral permanente. Aquele mandatário que tem a oportunidade de governar e, por vezes, deixa de tomar medidas por vezes antipáticas em função da reeleição, pela perspectiva de ter votos”, afirmou.
“A reeleição acaba sendo um instituto que inibe a autonomia e o dever que tem o mandatário de tomar as decisões”, acrescentou Pacheco.