Pacheco prevê “caos” se bolsonaristas tentarem o impeachment de Moraes

Atualizado em 23 de agosto de 2024 às 21:41
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), falando e fazendo sinal de "pare" com a mão esquerda
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – Reprodução

Nesta sexta-feira (23), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), enviou um recado claro aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que voltaram a defender o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado é o relator de investigações como as dos atos golpistas de 8 de janeiro e das milícias digitais.

Durante um evento em Belo Horizonte, Pacheco destacou a necessidade de prudência para evitar que o país se torne um “caos” por conta de quem busca desestabilizar o Brasil. Ele relembrou o pedido de impeachment feito por Bolsonaro em 2021 contra Moraes, o qual ele, como presidente do Senado, rejeitou por falta de “viabilidade jurídica e política”.

Pacheco enfatizou que qualquer “medida drástica de ruptura entre poderes” poderia ter sérios impactos na economia brasileira, afetando a inflação, a cotação do dólar e o nível de desemprego.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e Rodrigo Pacheco conversando com os rostos próximos
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – Reprodução

Ele expressou preocupação com as divisões políticas que buscam apenas ganhar votos e engajamento nas redes sociais, em vez de focar nas necessidades urgentes da população, como a geração de empregos e o funcionamento adequado dos serviços públicos.

O senador também mencionou a aprovação no Senado da PEC que limita as decisões monocráticas do STF, a qual aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Ele criticou a falta de coerência dos que agora pedem o impeachment de Moraes, lembrando que estes se mantiveram em silêncio após a aprovação da PEC no Senado.

Por fim, Pacheco defendeu o cumprimento do devido processo legal e o direito à ampla defesa, mas ressaltou os recentes eventos de 8 de janeiro, quando manifestantes bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes, pedindo intervenção militar e ações que remetem ao AI-5, em uma tentativa de golpe de Estado.