O padre Edison Geraldo Bovo, da Paróquia São Roque, em Laranjal Paulista (SP), é famoso por fazer discursos políticos em suas homilias. Na missa desta quinta-feira (10), ele atacou o ex-presidente Lula (PT) e o governador de SP, João Doria (PSDB). O religioso, que já se manifestou contra o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse ao DCM que não é bolsonarista.
“Não apoio bolsonaro, mas sim os valores cristãos. Sou contra a politicagem”, afirmou o padre. Ele negou que seus discursos possam ser considerados uma forma de politicagem: “É a minha opinião, e não da igreja, sobre temas políticos. Não deixa de ser uma opinião”.
Na missa, Edison afirmou que Lula é “o maior ladrão que o mundo já viu”. Ele acusou o petista de ter “usado um dinheirinho” para pagar o STF (Supremo Tribunal Federal) para declará-lo inocente. Questionado de onde tirou tal informação, ele desconversou e alegou somente que o ex-presidente utilizou “profissionais” para subornar a Corte. O padre não disse ter provas da acusação.
LEIA MAIS:
1. “Eu dirijo a nação para onde desejarem”, diz Bolsonaro a pastores
2. Religioso é preso após ser acusado de estupro por dois adolescentes
3. Pastor é preso por crimes de racismo, ódio contra judeus e homofobia
STF faz “perseguição acirrada” a Bolsonaro, diz padre
Apesar de ter recebido dinheiro de Lula, segundo o religioso, o STF está fazendo uma “perseguição acirrada para atacar Bolsonaro”. De acordo com ele, os ministros “modificam as leis em benefício próprio para conseguirem o que querem”.
Sobre o esquema de rachadinha nos gabinetes da família Bolsonaro, confirmado por um amigo pessoal do presidente, o padre declarou: “Não vi nenhuma prova concreta”. Apesar de afirmar que “não dá para confiar em ninguém” e que não acredita “na inocência de nenhum político”, ele demonstrou confiar pelo menos um pouco em Bolsonaro. “O pai não tem poder sobre os filhos”, alegou sobre a rachadinha, cujo principal nome envolvido é o do filho mais velho de Jair, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
“Bolsonaro é um pouco novo e não tem experiência nessa área”, disse Edison ao ser perguntado se o atual chefe do Executivo é corrupto. Ele falou também que ainda não teve “a graça” de conhecer o mandatário pessoalmente.
Padre diz que já apoiou Lula
O ex-presidente, que hoje é “o chefe da corja” segundo o padre, já recebeu seu apoio em eleições anteriores. “A gente acreditou no Lula, mas ele foi se degradando”, disse, se referindo a ele próprio e aos frequentadores da igreja.
Ele admitiu ter votado no petista em eleições anteriores, mas disse que se desiludiu quando viu a “roubalheira do PT”.
*Colaborador: Eduardo Matysiak