Em mais uma atitude radical, bolsonaristas foram a Paróquia da Paz neste domingo (18), em Fortaleza, depois de terem hostilizado o pároco Lino Allegri, que precisou ser afastado das missas. Os ataques ao padre ocorreram porque ele defendeu a vida e criticou o presidente Bolsonaro por causa da morte de mais de 500 mil pessoas por Covid-19 no Brasil.
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A situação foi tão tensa e preocupante que viaturas da Polícia Militar ficaram em frente à igreja. Os agentes de segurança pública negaram que estavam lá por conta das últimas confusões, mas tiveram que escutar uma mulher pedir a prisão de “comunistas que estavam na igreja”.
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Bolsonaristas foram com camisas da seleção brasileira e teve quem usasse uma com o número “17” e escrito o nome “Bolsonaro”. O coronel Ricardo Bezerra apareceu no local e chamou Lino de “padre proselitista”, só porque o líder religioso se mostrou revoltado com as mortes e a falta de compaixão e respeito do presidente.
Os ataques ao padre aconteceram há alguns dias e ele teve que se afastar das missas da Paróquia, pois havia preocupação de possível violência de apoiadores do mandatário brasileiro, já que eles são violentos. O padre Francisco Sales de Sousa foi quem o substituiu, mas Lino seguirá como pároco oficial do local.
O representante paroquial, por sinal, saiu em defesa de Allegri e deixou claro que o líder religioso apenas denunciou uma necropolítica. O rapaz ainda afirmou que a igreja se preocupa com o povo e por isso o padre demonstrou sua indignação com o momento que todos estão passando.
Os ataques a Lino foram tão intensos que ele teve uma reunião virtual na quinta (15) com membros da Defensoria Pública e do Ministério Público do Ceará (MPCE) para relatar as ameaças que sofreu.
Não é a primeira vez que bolsonaristas, radicais e membros da direita atacam um padre. Júlio Lancellotti chegou a sofrer ameaças no ano passado depois que seu trabalho à favor das minorias foi atacado.
“Depois de ataques de alguns candidatos à prefeitura contra mim, eu estou cada vez mais em risco. Se me acontecer alguma coisa, se alguém me atingir, vocês sabem de quem é a culpa, quem cobrar”, disse o padre em vídeo publicado nas redes sociais no ano passado.
Com informações de O Povo.