Estácio Gonçalves Souto Maior, pai de Nelson Piquet, ocupou cargos nos poderes legislativo e executivo no passado. Porém, sua trajetória no universo político teve um ponto final no final da década de 1960 por causa da ditadura militar.
Formado pela Faculdade de Medicina de Pernambuco, foi eleito deputado federal por Pernambuco em 1954, fazendo parte do Movimento Popular Autonomista, integrado pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Trabalhista (PST).
Em 1955, foi empossado e atuou em diversas frentes, tanto que virou vice-presidente da Comissão de Orçamento da Câmara e foi ainda relator do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS) em 1958, sendo reeleito pela sigla Oposições Unidas de Pernambuco, integrada pela União Democrática Nacional (UDN), o PTB, o Partido Social Progressista (PSP), o Partido Trabalhista Nacional (PTN) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Durante o governo de João Goulart (1961-1964), trabalhou como ministro da Saúde, substituindo Eduardo Catete Pinheiro. Porém, saiu do cargo em 1962 para trabalhar em sua campanha para deputado federal.
Com o golpe militar em 1964, no qual foi instaurado o bipartidarismo, filiou-se à Arena, partido que sustentava os militares. Ele fez parte de um grupo que defendia o monopólio estatal, à reforma agrária cooperativista com a desapropriação dos latifúndios, uma reforma eleitoral que eliminasse a influência do poder econômico na corrida eleitoral, entre outras coisas.
Se reelegeu pelo Arena em 1966 e seguiu na Comissão de Orçamento, além de ter sido relator do Ministério da Educação. Durante seu último mandato, trocou tiros com seu colega de parlamento Nelson Carneiro. O motivo da briga foi por causa da presidência da União Interparlamentar, em 1967.
Souto Maior bateu em Nelson, que não gostou nem um pouco e decidiu revidar no salão inferior da Câmara. Carneiro acertou um tiro em Souto Maior, que revidou com um disparo, mas não atingiu seu rival.
Em 1969, teve seu mandato cassado por causa do AI5. Longe da vida pública, morreu no dia 12 de outubro de 1974, em Brasília, não vendo seu filho Nelson Piquet sendo tricampeão da Fórmula 1 (1981, 1983 e 1987).
Nelson Piquet e Jair Bolsonaro
Piquet se tornou bolsonarista, tanto que virou chofer do presidente da República no dia 7 de setembro de 2021, quando foi assistir o desfile cívico. O ex-piloto dirigiu o Rolls-Royce acompanhado por crianças.
Essa paixão ainda fez Nelson dizer que será “Bolsonaro até a morte”. “Fiquei fã dele. Eu o conheci, ele me convidou para almoçar e a gente se deu bem. Nunca me envolvi em política na vida […] Se a gente não ajudar ele, se o povo não ajudar ele, eu acho que ele é a salvação do Brasil”, comentou.
O ex-piloto fecha os olhos para a própria história do seu pai ao apoiar o atual chefe do executivo federal. Isto porque Bolsonaro é defensor da ditadura militar e já foi favorável ao fechamento do Congresso Nacional.