O jovem negro Ahmaud Arbery foi assassinado enquanto caminhava no bairro de Satilla Shores, em Brunswick, Georgia.
O caso, que ocorreu no dia 23 de fevereiro, foi registrado num vídeo que circulou nas redes sociais nesta quarta-feira (6).
As imagens mostram Arbery se aproximando de uma caminhonete, quando é abordado por dois homens brancos – Travis McMichael, de 34 anos, e seu pai, Gregory McMichael, 64. O filho aparece do lado de fora do veículo com uma espingarda, e atira na vítima.
Os McMichaels teriam perseguido Ahmaud, bloqueando sua passagem em outro local, depois que o jovem de 25 anos tentou correr por um caminho diferente para evitá-los.
De acordo com a polícia local, assim o pai explicou o motivo da perseguição: “Gregory McMichael afirmou que estava no quintal e viu o suspeito de um assalto em Satilla Drive, indo em direção a Burford Drive. Gregory declarou que correu para dentro de sua casa e chamou Travis (McMichael) e disse: ‘Travis, o cara está correndo pela rua, vamos lá’. Gregory afirmou que foi para o quarto e pegou sua Magnum .357. Travis levou a espingarda porque eles ‘não sabiam se o homem estava armado ou não'”.
Arbery não estava armado, tampouco era “suspeito” de qualquer assalto. Era jogador de futebol americano no ensino médio e queria manter a forma, por isso estava “praticando sua corrida diária”, segundo a mãe do rapaz, Wanda Jones. “Meu filho foi caçado e morto como um animal”, afirmou Wanda em entrevista à CBS.
“Queremos uma prisão imediata, porque não achamos que deva haver dois sistemas de justiça na América – um para os negros e outro para os brancos”, disse Ben Crump, advogado que representa a família Arbery. “A vida de Ahmaud Arbery importa, e o fato de existirem provas do crime, como um vídeo… os negros são presos todos os dias com muito menos evidências”.
Nenhum dos McMichaels foi preso ou acusado.
https://twitter.com/rubiewho/status/1257793609547612160