Pais denunciam escolas municipais de SP por impedir que alunos repitam refeições

Atualizado em 9 de novembro de 2024 às 16:08
Criança em horário de almoço na escola. Foto: Reprodução

Pais de alunos de escolas municipais no Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, denunciaram que seus filhos estão sendo proibidos de repetir a merenda nas instituições de ensino.

Gessica de Jesus Lopes, mãe de três alunos, contou à TV Globo que as crianças receberam fichas que davam direito a uma refeição na hora da merenda, mas sem a possibilidade de repetir. “Como que você nega comida para uma criança? Se a criança não está satisfeita, e ela não pode comer de novo? Isso é um absurdo”, desabafou Gessica.

Segundo informações de pais, a mudança na distribuição da merenda ocorreu após a troca da empresa responsável pela alimentação nas escolas da região, realizada no dia 4 de novembro. O novo procedimento fez com que os pratos de almoço chegassem já preparados, sem a possibilidade de os alunos escolherem o que querem comer ou a quantidade que desejam.

Documento da escola no Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo. Foto: Reprodução/Globo

Gessica explicou que muitos aluno passam necessidade e dependem da refeição fornecida pela escola. Ela ressaltou que é comum que as crianças gostem da comida servida ou precisem comer mais para se alimentar adequadamente. “Isso é o tipo de coisa que não pode acontecer”, afirmou a TV Globo.

A Prefeitura de São Paulo, em nota, confirmou a troca da empresa terceirizada responsável pela alimentação nas escolas da região do Campo Limpo, mas assegurou que as refeições são fornecidas aos alunos na quantidade que desejarem e podem ser repetidas. No entanto, em relação ao lanche, a Prefeitura explicou que a divisão de nutrição escolar recomenda a oferta de um lanche por estudante por dia, considerando que muitos alimentos oferecidos são industrializados, como biscoitos e pães.

A mudança na forma de distribuição das refeições gerou preocupações entre os pais, que temem que as crianças não recebam o suficiente, especialmente aquelas que não têm outras fontes de alimentação fora da escola. Alguns pais expressaram a sensação de que a medida prejudica os alunos mais carentes, que muitas vezes não têm acesso a comida adequada em casa.