Países nórdicos aumentam representação da esquerda na UE; extrema-direita avança no resto da Europa

Atualizado em 9 de junho de 2024 às 21:39
Bandeiras dos países nórdicos: Dinamarca, Islândia, Suécia, Noruega e Finlândia. Foto: reprodução

Apesar do crescimento da extrema-direita nos principais países da Europa, como França e Alemanha, os partidos de esquerda e ecologistas alcançaram um avanço significativo nas eleições europeias deste domingo (9) nos países nórdicos, conforme indicam resultados preliminares e pesquisas de boca de urna.

Na Finlândia, o partido de esquerda Aliança teve um desempenho acima do esperado, conquistando 17,3% dos votos, um aumento de quatro pontos em comparação com 2019. “Eu nunca poderia ter sonhado com esses números”, declarou Li Andersson, líder da Aliança. Este resultado garante ao partido três dos 15 assentos finlandeses no Parlamento Europeu.

Enquanto isso, o partido Coalizão Nacional, de centro-direita, liderado pelo primeiro-ministro Petteri Orpo, também consolidou sua posição, recebendo quase 25% dos votos, um crescimento de quase quatro pontos percentuais. Por outro lado, o Partido dos Finlandeses, de extrema-direita e integrante da coalizão governamental, caiu para 7,6%, uma queda de 6,2 pontos, assegurando apenas um assento no Parlamento Europeu.

Li Andersson, líder do partido de esquerda Aliança. Foto: reprodução

Na Suécia, os Verdes registraram um salto significativo, obtendo 15,7% dos votos, um aumento de 4,2 pontos percentuais, segundo uma pesquisa de boca de urna realizada pela emissora de televisão SVT. O Partido de Esquerda sueco também apresentou um crescimento de 4 pontos percentuais, alcançando 10,7% dos votos. Em contraste, os Democratas Suecos, de extrema-direita, caíram 1,4 pontos, ficando com 13,9% dos votos. Os sociais-democratas suecos mantiveram sua posição de liderança com 23,1% dos votos.

Na Dinamarca, um cenário político altamente fragmentado mostrou o Partido Popular Socialista na liderança, subindo 5,2 pontos em comparação com 2019, alcançando 18,4%, segundo uma pesquisa de boca de urna do canal público DR.

Este avanço dos partidos de esquerda e ecologistas nos países nórdicos reflete uma mudança significativa no panorama político da região, destacando a crescente preocupação com questões ambientais e sociais entre os eleitores. A diminuição do apoio à extrema-direita também indica um possível desgaste das políticas nacionalistas e anti-imigração que vinham ganhando espaço nos últimos anos.

Por causa do crescimento da extrema-direita, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou a dissolução do parlamento francês, convocando novas eleições. A decisão surge após a derrota de seu partido, o REM, nas eleições do Parlamento Europeu para o partido RN, liderado por Marine Le Pen, uma figura populista entre os conservadores.

“A extrema-direita é ao mesmo tempo o empobrecimento dos franceses e o desmantelamento do nosso país”, alertou Macron em um comunicado oficial. “Então, no final do dia, eu não poderia fingir que nada aconteceu”, justificou-se.

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