Palavrões fazem bem à saúde? Estudo mostra 5 provas que sim

Atualizado em 31 de agosto de 2024 às 9:19
Ilustração de mulher falando palavrão. Foto: reprodução

Tradicionalmente, falar palavrões é visto como um comportamento negativo que revela agressividade o falta de educação. Porém, xingar trazem benefícios surpreendentes para a mente e o corpo, segundo diversas pesquisas científicas. Estudos conduzidos nas últimas duas décadas mostram que xingar pode ser mais do que um simples desabafo emocional, oferecendo desde maior tolerância à dor até indícios de inteligência e criatividade.

Aumento da tolerância à dor:

Pesquisadores da Universidade de Keele, na Inglaterra, realizaram um experimento com 64 voluntários que mergulharam as mãos em água gelada enquanto repetiam um palavrão de sua escolha. Os resultados mostraram que os participantes conseguiam suportar a dor por mais tempo ao xingar, em comparação com quando usavam palavras neutras.

Esse fenômeno, de acordo com os cientistas, ocorre porque xingar ativa uma resposta ao estresse que libera adrenalina e desencadeia a resposta analgésica do corpo, tornando-o mais resistente à dor.

Inteligência:

Além disso, um estudo de 2015 revelou que a capacidade de inventar palavrões pode estar ligada à inteligência. Os pesquisadores descobriram que pessoas com maior fluência verbal eram mais criativas na geração de palavrões.

Isso sugere que a habilidade de usar palavrões de forma contextual e apropriada é uma demonstração de um vocabulário sofisticado e uma inteligência social desenvolvida. “Assim como escolher a roupa adequada para cada lugar ou ocasião, saber o momento de usar um palavrão é também uma habilidade cognitiva social”, destacaram os autores do estudo.

Placa do bairro Puta Que Pariu, em Bela Vista de Minas (MG). Foto: reprodução

Honestidade:

Outro aspecto interessante é a relação entre xingar e a honestidade. Estudos publicados em 2017 indicam que pessoas que praguejam tendem a mentir menos e demonstram níveis mais altos de integridade. Embora isso não signifique que quem usa palavrões esteja livre de comportamentos antiéticos, há uma correlação entre a linguagem franca e a transparência no nível interpessoal.

Criatividade:

Palavrões são processados pelo lado direito do cérebro, a região associada à criatividade. Pesquisas indicam que mesmo indivíduos com danos cerebrais severos, que perdem a capacidade de falar, muitas vezes ainda conseguem xingar, mostrando como essas palavras, carregadas de forte conteúdo emocional, são preservadas no cérebro.

Emma Byrne, autora do livro “Swearing Is Good for You” (Dizer Palavrões faz Bem, em português), destaca que “xingar é apenas uma maneira de expressar seus sentimentos que não envolve jogar merda real. Você apenas joga a ideia de merda por aí”.

Esse comentário ressalta a universalidade dos palavrões, presentes em praticamente todas as culturas e línguas, como uma ferramenta poderosa para expressar emoções e se conectar com os outros de forma visceral e autêntica.