Pandemia faz brasileiros envelhecerem 10 anos mais cedo, aponta estudo

Atualizado em 28 de agosto de 2022 às 14:49
Idoso em foto de close colocando máscara descartável e de lado
Reprodução/Secretaria de Saúde de Sergipe

Um estudo feito pela pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, e divulgado pelo Jornal O Globo mostrou que, no fim da década de 2020, a população brasileira vai começar a encolher, o que aumentará o desafio de superar problemas como a desigualdade social e o atraso escolar.

De acordo com a estudiosa, deixando quase 700 mil mortos, a pandemia da Covid-19 antecipou a redução populacional do Brasil que, pelas estimativas anteriores, só aconteceria na metade da década de 2030. Além disso, essa parcela menor da população ainda estará mais velha, pois um em cada quatro brasileiros terá 60 anos ou mais em 2040.

Um dos motivos para essa redução populacional é o fato de que as mulheres passaram a ter menos filhos. Entre as décadas de 1940 e 1960, elas tinham em média 6,2 filhos, hoje têm 1,7 filho. Segundo o estudo, desde 2000 a taxa de natalidade está abaixo do que seria preciso para repor a população, que é de 2,1 filhos por mulher. A pandemia do coronavírus também afetou esse quesito, já que houve menos nascimentos e a mortalidade materna no Brasil foi sete vezes maior que a média mundial.

Os especialistas fizeram algumas previsões para as próximas décadas tomando como base o desempenho do país nos últimos tempos e alertaram que, se o Brasil não acelerar o investimento em educação e no combate à desigualdade, as mazelas que impactam no país continuarão existindo. Ana Amélia explica que mão de obra qualificada, salários mais altos, ataque à mortalidade de jovens negros e investimentos na educação são pontos importantes para que o Brasil deixe de ser um dos países mais desiguais do mundo.

A pesquisa aponta que, com mortes precoces e menos nascimentos, além da crise econômica, daqui a 20 anos ainda não terá sido possível diminuir os índices de desigualdade social no Brasil a ponto de se igualar a nações desenvolvidas.

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