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Por Luis Felipe Miguel
No Brasil, pelo andar da carruagem, os professores estarão entre os últimos a serem vacinados.
É que aqui o governo – acompanhado por sua extensa base de apoiadores – não se preocupa sequer em manter uma fachada de prioridade à educação. Educação, para eles, é um perigo, um malefício, algo a ser debelado.
Pelo mundo afora, os professores, ainda que em geral mal pagos, merecem algum reconhecimento público pelo trabalho que fazem. Aqui, pelo contrário, são tratados como bandidos.
É esse – não alguma norma legal que dificilmente ficaria de pé – o grande triunfo do movimento obscurantista que atendia pelo nome fantasia de “Escola sem Partido”.
O professor é o doutrinador, o desvirtuador, o inimigo, o ímpio. Se não é possível exterminá-los, devem ser mantidos sob constante pressão e vigilância.
Pra que gastar vacina com professor quando tem tanto coach que ainda não foi imunizado, não é mesmo? Melhor obrigá-los a retomar as aulas presenciais sem estarem vacinados. Centenas e centenas de professores e outros profissionais nas escolas estão sendo contaminados, mas, como diz o farol de toda essa gente, “e daí?”