Diretora de jornalismo da Globo em São Paulo, Cristina Piasentini recomendou aos profissionais que vão trabalhar no Carnaval que não publiquem fotos e vídeos enquanto estiverem nos sambódromos a partir desta sexta-feira (1º). O pedido, feito no encerramento de uma reunião preparatória de Carnaval na última terça (26), foi entendido pelos 30 jornalistas presentes como uma ordem.
A ideia é impedir que repórteres confundam a orientação para uma cobertura informal e “despadronizada” com excessos nas redes sociais que possam ser entendidos pelo público como falta de profissionalismo.
A determinação vem na sequência de duas ocorrências que incomodaram a chefe do Jornalismo em São Paulo.
Há semanas, a executiva recebeu um email, enviado também a jornalistas que cobrem TV, em que um anônimo denunciava um “repórter global que faz merchan em seu Instagram e consegue regalias ‘for free’ [de graça]”. No corpo do e-mail, havia um post de Phelipe Siani que identificava o hotel. O post realmente existia, mas foi editado depois –hoje, o nome do hotel não consta mais.
O mesmo email também entregava dois cinegrafistas. Um deles trabalhou numa reportagem pré-Carnaval com uma fantasia de bailarina. O outro usou uma máscara em uma imagem feita durante a gravação de um videoclipe, num frila fora da Globo.
Também chamaram a atenção dos poderosos da Globo imagens postadas em redes sociais no último fim de semana em que repórteres aparecem descontraídas em blocos carnavalescos. Na avaliação interna, as imagens não eram de jornalistas sérios.