E então leio que o lema da campanha de Serra é: “Para São Paulo seguir avançando”.
Bom.
Com a autoridade de quem já votou em Serra mais de uma vez, digo: para São Paulo seguir avançando, tem que se livrar de Serra.
Chega. São Paulo merece caras novas. Idéias frescas. Mente aberta e alerta. São Paulo demanda inovadores. Serra está para São Paulo como Sarney está para o Senado: é a representação do passado, da obsolescência.
Prestou serviços à cidade? Não sei. Tenho dúvidas. Muitas. Se em seus anos de prefeito e governador ele não conseguiu lidar com as previsíveis enchentes de verão, um dos maiores dramas da cidade, por que o paulistano deveria acreditar que ele é competente?
Serra, além do mais, é aquele tipo de candidato em quem você vota tendo que saber direito qual é o vice.
Caso ganhe a prefeitura de São Paulo, um cargo que dá prestígio nacional dada a importância econômica e política da cidade, alguém tem dúvida sobre qual será o candidato do PSDB à presidência em 2014?
Serra acha que nasceu para ser presidente do Brasil, e vem travando um duelo de vontades com os brasileiros, que nas urnas têm dito que não concordam com ele. São Paulo é apenas um meio para quem cobiça tão ardentemente a presidência, e não um fim. Exatamente por isso, na última vez em que votei em Serra votei, sem saber, em Kassab. O gesto mais notável de Kassab foi a estapafúrdia proibição de nomes de empresas nos prédios de São Paulo. Se fosse prefeito de Londres, Kassab teria mandado apagar as luzes do luminoso de Piccadilly.
E então chegamos a Alexandre Schneider, o vice. É do mesmo partido de Kassab, o PSD. O PSD é o perfeito retrato da periferia política do Brasil: não tem cara, não tem personalidade, não tem causa. Em suma, não tem razão de ser. Serve apenas de abrigo para políticos da segunda divisão. Ao votar em Serra, você provavelmente estará escolhendo Schneider, o Kassab 2.
São Paulo clama, grita por gente nova.
Para a cidade seguir avançando, Serra tem que recuar. Para Serra recuar, a única saída – uma vez que ele parece decidido a ter uma carreira perpétua – é não votar nele.