Paraíso bolsonarista, Balneário Camboriú está imprópria por infestação de coliformes fecais

Atualizado em 10 de dezembro de 2023 às 12:38
O aterro em Balneário Camboriú: piorando o que já era ruim

O primeiro relatório da temporada 2023/2024 do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) indica que a Praia Central de Balneário Camboriú, no Litoral Norte do estado, encontra-se totalmente imprópria para banho. A análise abrange 10 pontos ao longo da orla e destaca que a Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú (Emasa) mencionou, em comunicado, que fatores como chuva e a eficácia no tratamento do esgoto impactam na balneabilidade da Praia Central.

O relatório do IMA resume as últimas cinco análises semanais consecutivas, iniciadas em 6 de novembro. No ponto em frente à Rua 2000, na Praia Central, registrou-se o pior resultado da semana, com 14.136 bactérias Escherichia coli por 100 mililitros de água. O padrão para considerar um local próprio para banho é um máximo de 800 dessas bactérias por 100 mililitros.

Para classificar um ponto como próprio, é necessário que, em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas cinco semanas, haja no máximo 800 bactérias Escherichia coli por 100 mililitros. Se mais de 20% das amostras excederem esse limite ou se o resultado for superior a 2 mil Escherichia coli por 100 mililitros, o ponto é considerado impróprio.

No litoral de Santa Catarina, o IMA analisou 237 pontos, dos quais 156 estão próprios para banho, representando 65,82%. Em Florianópolis, dos 87 pontos, 67 são adequados para banho, correspondendo a 77,01%.

Movimento na praia em Balneário Camboriú neste sábado (Foto: Luiz Carlos Souza)

Houve uma melhora em relação à semana anterior, quando 59,92% dos pontos no litoral catarinense estavam próprios para banho. Em Florianópolis, a porcentagem era de 67,82%.

Confira abaixo a íntegra da nota da Emasa:

Balneário Camboriú é a cidade de Santa Catarina que tem a maior cobertura de rede de esgoto do estado, com mais de 98% das casas ligadas a rede, um número muito superior à média do Estado, que é de 38%.

Mas não é só o tratamento de esgoto de BC que interfere na balneabilidade da Praia Central. A balneabilidade é afetada por três fatores.

Um deles é a chuva, que carrega para o mar todas as impurezas das ruas e da rede pluvial de toda bacia hidrográfica do Rio Camboriú, e desde outubro passado a região tem vivido um regime intenso de chuvas.

O segundo ponto que interfere na balneabilidade da Praia Central é a falta de saneamento básico na vizinha Camboriú. Sem rede de coleta lá, o esgoto de uma população de mais se 100 mil habitantes vai parar no Rio Camboriú, que desemboca na Praia Central

O terceiro é o tratamento de esgoto em BC.

Neste ponto, Balneário Camboriú faz a lição de casa, e trata 100% do esgoto coletado no município. Atualmente, a eficiência desse tratamento está na média de 60%, com picos para baixo e para cima, por conta da lagoa de aeração da ETE não estar em operação. A lagoa está sendo recuperada para voltar a operação. A obra começou a ser feita dia 23 de novembro último, depois de sair a Licença Ambiental para a obra, o que ocorreu no começo de novembro.

Quando a lagoa estiver em plena operação, a estimativa é que a eficiência média suba para mais de 90%. A previsão de término da obra na lagoa de aeração é até o final deste mês.

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