A halterofilista Mariana D’Andrea, de 26 anos, confirmou as projeções e conquistou a medalha de ouro na categoria até 73 kg na Arena Porte de La Chapelle, nos Jogos Paralímpicos de Paris, neste sábado (7).
A paratleta levantou 148 kg, estabelecendo um novo recorde paralímpico e garantindo o bicampeonato. Desde o início dos Jogos Paralímpicos, a halterofilista era apontada como uma medalha de ouro praticamente certa em todas as projeções.
A paulista, que é a mulher com baixa estatura mais forte do mundo, aumentou em 11kg sua carga em relação ao que suportou em Tóquio-2020.
Na primeira tentativa, D’Andrea levantou 141 kg, superando o recorde paralímpico anterior por um quilo. Cada atleta tinha direito a três tentativas.
Na segunda tentativa, começou uma disputa com Ruza Kuzieva, que levantou 142 kg, superando a brasileira. Em seguida, D’Andrea levantou 143 kg.
Já na terceira rodada, Kuzieva arriscou e pediu 151 kg (marca que igualaria o recorde mundial). No entanto, ela ajustou o peso para 147 kg. D’Andrea, que havia inicialmente solicitado 152 kg, também revisou sua tentativa para 148 kg e garantiu a medalha de ouro.
Valdecir Lopes, treinador da seleção paralímpica de halterofilismo, pontua que em Paris-2024 dos cerca de 180 atletas do halterofilismo, menos de 30 têm baixa estatura. Mariana foi a única com nanismo a ser campeã olímpica em Tóquio-2020. Observa ainda que atletas nestas condições, com no máximo 1,45m para homens e 1,40m para mulheres, não chegam a disputar categorias de peso mais altas. Em média, são mais leves do que os concorrentes.
“Se os de baixa estatura tivessem tanta vantagem assim, esses números seriam outros. O que nos cabe, como treinadores, é explorar o que eles têm de melhor, valorizar o ponto forte”, avalia.
Em Paris-2024, o Brasil tem 255 atletas com deficiência e apenas três têm nanismo: Mariana, Maria Rizonaide (ambas do halterofilismo) e Vitor Tavares (bronze no badminton, em classe específica). Mayara Petzold, que também foi bronze nos 50m borboleta na natação (S6, limitações físico-motoras), tem deficiência similar ao nanismo. E dos 708 total de atletas do halterofilismo registrados no CPB, 24 têm baixa estatura, cerca de 3%.