Os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, protagonistas do escândalo do gabinete paralelo no Ministério da Educação, foram 127 vezes ao MEC e ao FNDE durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Conforme dados obtidos pela Folha de S.Paulo por meio da Lei de Acesso à Informação, Arilton esteve 90 vezes no MEC e 21 no FNDE. Gilmar foi à pasta em 13 oportunidades e compareceu três vezes no FNDE.
A primeira visita de Arilton ao MEC aconteceu em agosto de 2019, a última foi registrada em 4 de março deste ano. Gilmar realizou a primeira visita ao Ministério em dezembro de 2020 e a última em dezembro de 2021.
No Palácio do Planalto, Arilton Moura esteve 35 vezes desde o início do governo Bolsonaro, enquanto Gilmar foi dez vezes ao local.
Prefeitos de algumas cidades disseram que os pastores pediam propina para intermediar a distribuição da verba. Eles confirmaram essa versão durante audiência na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado.
O escândalo ganhou proporção após o áudio divulgado pela Folha de S.Paulo em que o então ministro do MEC, Milton Ribeiro, fala em priorizar colegas do pastor Gilmar a pedido de Bolsonaro. “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, disse Ribeiro.
“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, afirmou.
Os pastores são investigados pela Polícia Federal sob a suspeita de pedir propina para liberar recursos do MEC a prefeituras. Eles negam a prática de qualquer irregularidade.